Balança comercial registra superávit de US$ 3,7 bilhões em novembro | Economia


A balança comercial registrou superávit de US$ 3,732 bilhões em novembro, informou nesta terça-feira (1º) o Ministério da Economia.

O superávit acontece quando as exportações superam as importações. Quando ocorre o contrário, há déficit comercial.

O resultado de novembro é 4,7% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado (+US$ 3,565 bilhões).

Esse também foi o maior superávit para esse mês desde 2018, quando as exportações superaram as importações em US$ 4,076 bilhões.

Balança Comercial

Meses de novembro, em R$ bilhões

Fonte: Ministério da Economia

Em novembro deste ano, as exportações somaram US$ 17,531 bilhões, valor 1,2% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.

Recuaram, nesta comparação, as vendas da agropecuária (-21,9%) e da indústria de transformação (-2,9%). Houve aumento nas exportações da indústria extrativa (+26,9%).

As importações, por sua vez, totalizaram US$ 13,799 bilhões, recuo de 2,6% na mesma comparação.

No acumulado dos onze primeiros meses deste ano, a balança comercial registrou superávit de US$ 51,160 bilhões, informou o Ministério da Economia.

O valor é 21,6% maior que o saldo de US$ 42,089 bilhões registrado no mesmo período do ano passado e supera também o resultado positivo de 2019 fechado, que foi de US$ 48,035 bilhões (valor revisado).

O aumento do saldo comercial acontece em um ano de fraco nível de atividade, por conta da pandemia do novo coronavírus, que diminuiu a demanda por produtos do exterior. A previsão do governo e do mercado é de um tombo de cerca de 4,5% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Além disso, a forte alta do dólar, de cerca de 35% no acumulado de 2020, também influenciou o resultado, segundo analistas. Com a moeda norte-americana mais valorizada, empresas brasileiras recebem mais quando vendem para o exterior. Ao mesmo tempo, produtos vindos de fora ficam mais caros.

Por conta desses fatores, as importações registram neste ano queda maior do que as exportações, o que favorece o aumento do superávit da balança comercial.

De acordo com o governo, no acumulado deste ano até novembro as exportações somam US$ 191,678 bilhões (queda de 6,1% na comparação com o mesmo período do ano passado).

As importações somam US$ 140,518 bilhões, recuo de 13,6% em relação ao mesmo período de 2019.

Principais Parceiros Comerciais

De janeiro a novembro, os principais compradores de produtos brasileiros foram:

  1. China: US$ 63,192 bilhões;
  2. Estados Unidos: US$ 19,018 bilhões;
  3. Argentina: US$ 7,688 bilhões;
  4. Países Baixos: US$ 6,997 bilhões;
  5. Espanha: US$ 3,866 bilhões.

Para o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, o resultado de novembro, apesar de ter crescido na comparação com o mesmo período do ano passado, registrou patamar mais baixo do observado nos meses anteriores.

Segundo Brandão, isso está relacionado ao aumento das importações, puxado pela retomada da atividade e da proximidade com o Natal.

“Quando há recuperação da demanda interna, há aumento da procura por bens importados, principalmente por componentes para eletroeletrônicos, celulares, televisores, computadores. Geralmente, final de ano é um período de aumento de consumo desses bens e, com a recuperação da economia, é natural que se procure esses insumos”, disse.

De acordo com o Ministério da Economia, também cresceram no mês passado as importações de arroz, que subiram 759% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Em setembro, o governo reduziu a zero, até o fim do ano, a alíquota de importação do arroz, limitada a 400 mil toneladas, por conta da forte alta nos preços no mercado interno. Até outubro, entretanto, ainda não tinha sido registrada influência da medida nas importações.

“Temos uma cota de 400 mil toneladas com tarifa zero até o final do ano, e essa importação teve origem nos Estados Unidos. Essas importações já foram pelo amparo das cotas”, disse Brandão.

Segundo ele, não é possível saber se a medida representará queda do preço do arroz, pois isso vai depender da oferta e demanda pelo produto no mercado interno, além do volume da produção nacional e do nível de estoques.

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Fonte: G1