Aumento no preço dos insumos encarece engorda do gado | Nosso Campo


Gado engordando e cotação em alta. Seria muito bom para os criadores se não fossem duas preocupações: a falta de chuva e o aumento no preço dos insumos.

Em uma fazenda de Araçatuba (SP), no noroeste paulista, são feitas a recria e a engorda de animais. O rebanho é formado por 400 cabeças.

Neste período, Thomas Arias Neves vem usando silagem de milho para complementar a alimentação. A expectativa é produzir por volta de 200 toneladas de silagem.

Ele explica que precisou planejar o uso da pouca chuva que teve para iniciar uma adubação de pastagem logo no início de outubro. Ele optou pela silagem de milho e conseguiu fazer esse plantio em uma janela favorável e ter o insumo disponível para o gado. Mesmo assim, as produtividades estão sendo menores em função de ter um clima adverso.

No primeiro trimestre do ano passado, choveu quase 600 milímetros na região de Araçatuba. Neste ano, no mesmo período, a chuva caiu pela metade, com um volume registrado de pouco mais de 300 milímetros. Os reflexos desta falta d’água podem ser percebidos na pastagem. O capim não está verde e bonito do jeito que o gado gosta. Pelo contrário, já está bem amarelado, seco.

(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 09/05/2021)

Aumento no preço dos insumos encarece engorda do gado

Aumento no preço dos insumos encarece engorda do gado

Em outra fazenda, o gado também já não encontra fartura de pastagem. Para complementar a alimentação, os 130 bois recebem um sal proteico misturado com polpa cítrica. Desde 1996 que o confinamento de animais é realizado no local. A estrutura deles é para receber até 1.200 animais em um mesmo ciclo.

No mesmo período do ano passado, o espaço já estaria cheio de bois, só que o cenário esse ano está diferente. O cocho também está sem nada dentro. Pela primeira vez em 25 anos, o pecuarista João Flávio Ramos optou por não fazer o confinamento.

Ele decidiu que o gado vai ficar a campo, recebendo uma manutenção diária de proteico energético. Segundo ele, o custo diário desses animais hoje no pasto vai ser 10% o custo de um confinamento.

Os aumentos assustam qualquer criador que controla bem os gastos. O milho, por exemplo, dobrou de preço. João Flávio compara que gastava R$ 9 por dia com cada animal no confinamento no ano passado. Dessa vez, o custo seria de R$ 22.

O pecuarista acredita que os insumos vão se ajustar no ano que vem. Ele torce para que voltem a ter o confinamento.

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Fonte: G1