Assessor de Guedes atribui PIB negativo do 3º trimestre a fatores climáticos | Economia


Sem esses fatores, avaliou ele, a economia brasileira teria crescido aproximadamente 0,3% no terceiro trimestre.

Nesta quinta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o PIB do país teve queda de 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior.

Como foi o segundo trimestre seguido de retração (entre abril e junho, o PIB brasileiro registrou tombo de 0,4%), a economia entrou novamente em uma recessão técnica.

“Mais importante do que o numero é a qualidade do crescimento econômico. Temos que separar o que são choques externos da natureza do que são efeitos de política econômica”, afirmou Sachsida.

E acrescentou: “Quando olhamos os dados, temos um forte efeito climático decorrente da maior crise hídrica em 90 anos e geadas localizadas que afetaram negativamente a agropecuária. Isolando esse efeito negativo, a atividade teria crescido aproximadamente 0,3% no terceiro trimestre em relação ao segundo”.

Variação trimestral do PIB — Foto: Elcio Horiuchi e Guilherme Luiz Pinheiro/G1

Devido às chuvas abaixo da média registradas desde o ano passado, houve queda acentuada no armazenamento de água dos reservatórios de hidrelétricas que fica nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

As duas regiões, juntas, são responsáveis por mais da metade da capacidade de geração de energia do país. Com o baixo nível dos reservatórios, o governo precisou aumentar o uso de termelétricas, que produzem energia mais cara.

Essa situação fez o preço da energia disparar no país. Junto com outros fatores de pressão, como o provocado pela alta dos combustíveis e dos alimentos, o aumento das contas de luz se refletiu no encarecimento de produtos e serviços.

Questionado pelo g1 se a estimativa de alta do PIB acima de 2% para 2022 será mantida, o secretário Sachsida não quis fazer uma avaliação. “Vamos aguardar”, se limitou a dizer.

No mês passado, a Secretaria de Política Econômica baixou de 2,5% para 2,1% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto para o próximo ano, valor bem acima, naquele momento, da previsão de alta de 0,93% do mercado financeiro

De acordo com a Secretaria de Política Econômica, os números do IBGE mostram elevação da taxa de poupança e da taxa de Investimento no terceiro trimestre, retornando o patamar do começo da década passada.

“Dessa forma, salienta-se a melhora na qualidade do crescimento do PIB brasileiro”, acrescentou.

A taxa de investimento no 3º trimestre foi de 19,4% do PIB, contra 16,4% no mesmo período do ano anterior. Já a taxa de poupança foi de 18,6%, maior que os 16,2% obtidos no mesmo período de 2020.

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida. — Foto: Alan Teixeira/Macro Day BTG Pactual/Divulgação

Mercado de trabalho e concessões

Segundo o Ministério da Economia, a recuperação do mercado mercado de trabalho e o “alto volume de investimento contratado” têm potencial para contribuir para maior crescimento do país no ano que vem.

“Apesar da recente piora do ambiente externo na margem com riscos no radar, as projeções de crescimento global para o ano que vem ainda são positivas, e há boas perspectivas para o comércio exterior brasileiro”, acrescentou.

O governo avaliou, ainda, que há um alto volume de investimento contratado para 2022 e anos seguintes por conta dos leilões e concessões realizados.

“As concessões deixaram de focar em obter mais recursos para o Tesouro e passaram a mirar em mais investimento privado, passando, assim, esses recursos para a melhoria do bem-estar da população”, concluiu.

PIB DO TERCEIRO TRIMESTRE



Fonte: G1