Aposentados e viúvos pedem 23,2% a mais de crédito do que em 2020

Maior parte dos aposentados e viúvos pediram empréstimo para pagar contas básicasAposentados e viúvos estão recorrendo mais ao empréstimo bancário para manter despesas básicas em dia. É o que aponta o IFE (Índice FinanZero de Empréstimo) da fintech FinanZero.O relatório, que traz um levantamento mensal sobre as operações solicitadas na plataforma, mostrou que o volume de solicitações de crédito por aposentados e viúvos cresceu 23,2% de janeiro a agosto desse ano, na comparação com igual período em 2020.No paralelo entre agosto e julho deste ano, o aumento de pedidos de empréstimo por esse público foi de 20%. Para Cadu Guidi, sócio-diretor de marketing da FinanZero, esse aumento demonstra que a falta de preparo e ausência de informações sobre aposentadoria reflete no futuro das pessoas.Em agosto de 2021, o número de pedidos de empréstimo, de forma geral, cresceu 115% comparado ao mesmo período do ano anterior, de acordo com o levantamento. O valor médio dos empréstimos solicitados na plataforma – considerando todos os públicos – foi de R$ 7.050. O montante é 3,6% inferior ao pedido em igual mês no ano passado quando a média era de R$ 7.313.

A maior parte das demandas por crédito foi feita por pessoas de 34 anos, sendo 55% desse total homens.

A mostra também aponta que 78% dos consumidores têm nível superior e 53% dos pedidos foram realizados da região sudeste do Brasil.

Maioria dos empréstimo é para quitar dívida

A pesquisa da fintech aponta que o principal motivo da solicitação de crédito na sua plataforma é para o pagamento de dívidas, representando 30,76% da sua base de usuários.

Há, ainda, uma parcela que busca empreender e investir em um negócio próprio, representando 18,11%, seguido daqueles que desejam renovar a casa (16,87%).

Confira o ranking completo das razões de empréstimo:

• Dívida (30,76%)
• Negócio próprio (18,11%)
• Renovação de casa (16,87%)
• Investimento (13,36%)
• Saúde (5,42%)
• Estudos (5,07%)
• Ativos (4,58%)
• Compras (3,47%)
• Festas (1,05%)
• Viagem (0,97%)
• Estética (0,35%)

Precisar de crédito sempre mostra que algo está errado

Apenas 1% dos aposentados consegue viver livre financeiramente, ou seja, sem necessidade de trabalhar ou depender da caridade de desconhecidos ou familiares, segundo pesquisas apuradas pela educadora financeira Teresa Tayra.

Para chegar a esse seleto grupo, ela cita duas características fundamentais:

• Guardar parte do dinheiro que recebeu durante anos de trabalho para viver um futuro tranquilo; e
• Colocar em prática o conceito: gastar menos que se ganha.

A educadora financeira listou algumas dicas para os aposentados que estão pensando em pegar créditos e para quem já pegou para não se endividar.

Orçamento equilibrado

Cultive o hábito de verificar com frequência os gastos que definem seu custo de vida.

Isso garante um orçamento equilibrado.

“Nas oscilações recentes dos preços dos alimentos muitas famílias substituíram marcas, mudaram os locais de compra para adequar o seu orçamento e não ficar endividado”, conta.

Redução do poder de compra

A inflação afeta nosso poder de compra porque, normalmente, os salários não sofrem o mesmo reajuste aplicado nos alimentos, serviços e outros itens. Então é comum, com o passar dos anos, as pessoas conseguirem comprar menos com o mesmo valor.

“Saber sobre essa realidade faz o aposentado pensar que é preciso pensar em soluções como renda extra ou adequar o padrão de vida.”

Na ponta do lápis

Somente acompanhando de perto o orçamento da família é possível verificar se existe gasto supérfluo.

Verifique se o descontrole do seu orçamento vem de compras feitas sem planejamento e aquisição de supérfluos

Cuidado com terceiros

Muitos aposentados cedem seus créditos, cartões, empréstimo consignado, por exemplo, a amigos e parentes, tomam calote e acabam assumindo as dívidas.

“Se já foi feito um empréstimo, não deixe virar recorrência. Muitas pessoas pedem ajuda e depois se esquecem que de incorporar o valor da parcela no seu orçamento para honrar a dívida.”

Consumidor deve ter cuidado com golpes

A pesquisa da FinanZero também avaliou a intenção de busca por crédito do consumidor para os próximos meses e contatou que 67% dos entrevistados pretendem pedir empréstimo de forma 100% digital, enquanto 40% querem fazê-lo direto em uma agência bancária física.

Apesar de a facilidade de solicitar crédito online, vale ressaltar os cuidados que o consumidor deve tomar para não cair em nenhum golpe:

1) Pesquise as informações cadastrais da empresa, como o CNPJ, e verifique a segurança do site;

2) Além dos dados cadastrais, verifique a reputação da empresa diante dos consumidores, como sites de reclamações, redes sociais da marca, e até mesmo no Google;

3) Não faça pagamentos antecipados para a liberação do crédito, empresas corretas não exigem (e nem devem exigir) esse tipo de taxa;

4) Exija uma cópia do contrato, pois ele reúne todas as informações da transação financeira;

5) Evite repassar informações pessoais via telefone. Caso necessário, aguarde o atendente informar os dados para depois confirmar.

Fonte: R7