Os investidores estrangeiros trouxeram US$ 25,446 bilhões para aplicações financeiras no Brasil no ano de 2021, informou nesta quarta-feira (26) o Banco Central.
A entrada de recursos no país para aplicações em ações, fundos de investimentos e títulos de renda fixa acontece após três anos de retiradas. O último ingresso foi em 2017, quando US$ 226 milhões ingressaram no país.
Aplicações de estrangeiros no Brasil
Em US$ bilhões
Fonte: Banco Central
Do total investido do país em 2021:
- US$ 6,955 bilhões foram aplicados em ações e fundos de investimento;
- US$ 18,490 bilhões foram investidos em títulos de renda fixa.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, observou que o ingresso de recursos registrado em todo ano passado superou a retirada de recursos dos três anos anteriores.
“Esse movimento de 2021 repõe a exposição dos investidores no mercado doméstico, tanto em ações quanto em renda fixa. Em 2020, houve uma saída forte no no primeiro semestre, depois, e retorno no segundo semestre do ano. Em 2021, continuou esse movimento de entrada”, declarou.
Inflação de dois dígitos e incerteza sobre rumo das contas públicas no Brasil afastam investidores estrangeiros
Segundo Rocha, o ciclo de elevação da taxa básica de juros “pode ser relevante para esse movimento” de retorno de aplicações de investidores estrangeiros ao país no ano passado. No ano passado, a Selic subiu de 2% para 9,25% ao ano — o maior patamar em mais de quatro anos.
“Tanto que os investidores em títulos de renda fixa representaram dois terços do movimento [de ingresso de recursos], mas eu acho que um ponto relevante é essa recomposição dos investidores para o mercado doméstico”, concluiu.
Documento elaborado pela Infinity Asset Management, em dezembro do ano passado, mostra que, em 9,25% ao ano, os juros reais do Brasil estavam em 5,03%, ocupando, assim, a segunda colocação no ranking mundial. O país perdia apenas para a Turquia (juros reais de 5,83% ao ano).
A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países.
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Fonte: G1