Após dois anos de adiamentos por causa da pandemia e de problemas orçamentários, o Censo finalmente começa a realizar as entrevistas pelo país. Até o início de novembro, os recenseadores visitarão domicílios em todos os 5.570 municípios do país.
Segundo estimativas do IBGE, os recenceadores visitarão 89 milhões de endereços, sendo 75 milhões de domicílios. A estimativa é de que sejam contadas cerca de 215 milhões de pessoas. Em 2021 houve novo adiamento por falta de recursos. Após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir os 2,3 bilhões de reais necessários para a operação do censo.
A produção de dados sobre a população brasileira é fundamental para estruturar políticas e ações críveis e bem-sucedidas para o país. Feito a cada década, conforme a lei 8.184/1991, o levantamento comporta informações robustas da população relativas a moradia, condição de renda e emprego. A cada mês, essa base é atualizada pela Pnad Contínua, pesquisa que traz recortes atualizados sobre condições de emprego e habitação por consulta amostral, aferida pelos pesquisadores.
O Censo terá menos perguntas. Serão 26 no questionário básico contra 37 da edição anterior. Na versão completa, a redução é de 112 para 76. Questões sobre emigração, renda e aluguel ficaram de fora. A redução já estava certa para a pesquisa suspensa em 2020. O questionário básico traz os seguintes blocos de perguntas: identificação do domicílio, informações sobre moradores, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade e, segundo o instituto, leva cinco minutos para ser respondido.
Já o questionário da amostra, além dos blocos contidos no questionário básico, investiga também: trabalho, rendimento, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo. A seleção da amostra que irá responder o questionário ampliado é aleatória e feita automaticamente no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) do recenseador.
O questionário básico também pode ser respondido pelo telefone ou via internet. O autopreenchimento, no entanto, não elimina a obrigatoriedade da visita ao domicílio. Isso ocorre porque o recenceador deve captar a coordenada e fazer o contato com o morador.
Visitas
Os 183 mil recenseadores que visitarão os domicílios estarão uniformizados, com o colete do IBGE, boné do Censo, crachá de identificação. Além disso, é possível confirmar a identidade do agente do IBGE no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181. Ambos constam no crachá do entrevistador, que também traz um QR code que leva à área de identificação no site. Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador.
Segundo o IBGE, uma série de parcerias foram firmadas entre o IBGE, associações de administradoras de imóveis e condomínios, bem como sindicatos de representações habitacionais. O objetivo é disseminar o máximo de informação e orientação para moradores, síndicos, porteiros e zeladores, garantindo a integridade tanto dos moradores a serem visitados quanto dos recenseadores do IBGE em coleta nas ruas.