Funcionários do Google estão assinando um abaixo-assinado contra a demissão da cientista de inteligência artificial Timnit Gebru na quarta-feira (2), após ela enviar um e-mail interno acusando o Google de “silenciar vozes marginalizadas”. Até o momento, mais de 1,5 mil profissionais da empresa e 2,2 mil apoiadores acadêmicos, da sociedade civil e da indústria de tecnologia assinaram a petição.
A pesquisadora anunciou na quarta-feira que foi demitida do Google por conflitos relacionados a um artigo jornalístico e a um e-mail enviado a um dos grupos de pesquisa da empresa, em que criticava o tratamento dado aos profissionais minoritários, como negros e deficientes. O texto escrito para um veículo de comunicação abordava os potenciais riscos éticos dos modelos de linguagem.
Segundo a cientista, a empresa pediu que ela se retratasse totalmente do artigo ou retirasse seu nome e os nomes de outros colegas de trabalho. Gebru disse que retiraria seu nome do jornal em troca de uma explicação do motivo da rejeição do texto.
A statement from my manager Samy who was horrified by the whole thing—they deliberately kept him out of the loop (he found out from ME that his manager Megan had sent me an email to my personal account, cause she had cuttoff my Corp access, terminating me https://t.co/s0O744eQSw
Ela disse à administração que se essas condições não pudessem ser atendidas, ela “trabalharia em um último encontro”, de acordo com postagens feitas nas redes sociais.
A pesquisadora informou que o Google se recusou a atender as condições solicitadas e acelerou sua demissão por conta de um e-mail que ela enviou para uma lista interna chamada “Google Brain Women and Allies” (mailing interno do grupo de pesquisa de ética e IA), em que criticou a diversidade da empresa e os esforços de inclusão.
Na sexta-feira (4), Jeff Dean, líder de IA do Google, elaborou um comunicado que dizia: “que o trabalho de pesquisa tinha algumas lacunas importantes que nos impediam de ficar confortáveis ao relacioná-lo ao Google”.
Procurado pelo G1, o Google não retornou até o fechamento desta reportagem.
Fonte: G1