Após bloqueio de blogueiro bolsonarista, secretário de Cutura diz que ‘buscará esclarecimentos’ do YouTube | Tecnologia


O secretário de Cultura, Mário Frias, publicou em seu Twitter nesta sexta-feira (5) que determinou que a Secretaria de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual (SDAPI) notifique o YouTube pedindo explicações sobre a “suspensão de alguns usuários da plataforma”.

Frias não mencionou diretamente o canal Terça Livre, do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que foi suspenso do YouTube na última quinta-feira (4), mas republicou uma mensagem do deputado Eduardo Bolsonaro que indicava como assisti-lo no Instagram.

“Não admitirei qualquer tipo de censura, e buscarei todos os esclarecimentos, uma vez que nosso ordenamento jurídico só permite tal suspensão através de uma ordem judicial”, escreveu o secretário.

O Google, dono da plataforma de vídeos, afirmou em nota relacionada ao bloqueio do canal que “todos os conteúdos no YouTube precisam seguir nossas diretrizes“.

O comunicado diz ainda que, “caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nossos recursos, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades”. “Consideramos a violação dela um descumprimento dos nossos Termos de Serviço, o que pode levar ao encerramento da conta“.

Sequência de publicações do secretário da Cultura. — Foto: Reprodução

Blogueiro é investigado pela PF

Blogueiro Allan dos Santos é dono do canal ‘Terça Livre’ e foi alvo de operação da PF no inquérito das fake news — Foto: Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo

Allan dos Santos é alvo de dois inquéritos no STF e já foi alvo de operações da PF.

Nos dois casos, Allan dos Santos nega envolvimento em irregularidades.

Allan dos Santos é um dos blogueiros investigados no STF que receberam verbas de publicidade estatal.

Em depoimento à CPMI das Fake News, em novembro de 2019, dos Santos disse que não recebia dinheiro do governo.

Dados da Secretaria de Comunicação da Presidência, no entanto, mostram que mais de 28 mil anúncios da Petrobras e da Eletrobras foram veiculados no canal do blogueiro e de outros investigados no inquérito das fake news.

Os anúncios foram feitos entre janeiro de 2017 e julho de 2019, antes e durante o governo Bolsonaro, segundo o jornal “O Globo”.

Contrato com a Presidência

O contrato foi publicado no “Diário Oficial da União” e prevê o pagamento de R$ 360 mil à empresa AYR – Ayres Serviços de Informação por “serviços técnicos de manutenção da plataforma Pátria Voluntária”.

A contratação da AYR foi feita sem licitação com base no artigo da Lei de Licitações sobre “inviabilidade de competição”.



Fonte: G1