Apesar do baixo nível dos reservatórios, risco de apagão em 2021 está descartado, diz ministro | Economia


O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta terça-feira (11) que, apesar do baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas, o risco de apagão em 2021 está descartado.

A declaração foi feita durante audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por mais da metade da energia do país, chegaram ao final de abril com o armazenamento mais baixo para o mês desde 2015.

O fim do mês de abril marca também o fim do período úmido, de chuvas mais intensas, nas duas regiões. De maio a outubro, período mais seco, no Sudeste e Centro-Oeste, o armazenamento de água nos reservatórios cai.

Assista abaixo a reportagem que trata do baixo nível dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste em janeiro de 2021.

Nível de reservatórios no Centro-Oeste e no Sudeste é o mais baixo para janeiro em 6 anos

Nível de reservatórios no Centro-Oeste e no Sudeste é o mais baixo para janeiro em 6 anos

“Entre setembro do ano passado e abril deste ano, tivemos a pior afluência dos últimos 91 anos”, disse Albuquerque. Afluência é a quantidade de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas num determinado período.

“Estamos com baixos níveis dos reservatórios e o início do período seco já começou e não temos perspectivas de chuvas significativas”, completou o ministro.

Albuquerque disse que o governo acompanha a situação dos reservatórios e vem adotando medidas excepcionais para afastar o risco de apagão no país, entre elas o acionamento de um número maior de usinas termelétricas.

“Fruto desse monitoramento permanente e das medidas que estão sendo adotadas [pelo governo], nós podemos dizer que a segurança energética do país está garantida para 2021”, disse o ministro aos deputados que participavam da audiência.

As usinas termelétricas geram energia a partir da queima de combustíveis, como diesel e gás natural. Ao acionar mais termelétricas, o governo reduz a geração hidrelétrica e poupa água dos reservatórios.

Entretanto, a energia produzida pelas térmicas é mais poluente e mais cara, o que se reflete em aumento nas contas de luz.

Devido ao acionamento das usinas térmicas fora do padrão normal, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a “bandeira vermelha” patamar 1 para maio. Isso significa que será cobrada uma taxa adicional mais alta, de R$ 4,169 para cada 100 kWh, ao longo deste mês.

As bandeiras tarifárias sinalizam o custo de geração de energia no país. A bandeira fica na cor verde quando o nível dos reservatórios de água está alto e não há necessidade de acionamento extra de usinas térmicas.

Quando os reservatórios ficam baixo, as térmicas são acionadas, o custo da energia sobe e a bandeira tarifária passa para as cores amarela ou vermelha.



Fonte: G1