Analistas do mercado sobem a estimativa de inflação para 7,27% e veem alta menor do PIB | Economia


O mercado financeiro subiu sua estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, pela vigésima primeira semana seguida, e também passou a ver uma expansão menor da economia brasileira neste ano.

As previsões do mercado constam no relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para o ano de 2021 subiu de 7,11% para 7,27%.

Expectativa do mercado para o IPCA de 2021

Fonte: Banco Central

O centro da meta de inflação, em 2020, é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do mercado fica cada vez mais acima do teto do sistema de metas.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Para 2022, o mercado financeiro subiu de 3,93% para 3,95% a estimativa de inflação. Foi a sexta alta seguida no indicador. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

Avanço da Inflação eleva preços de alimentos básicos

Avanço da Inflação eleva preços de alimentos básicos

No caso do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, os economistas do mercado financeiro reduziram estimativa para o crescimento de 5,27% para 5,22%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Para 2022, o mercado manteve a previsão de alta do PIB em 2%.

Apesar de a economia ter mostrado reação no fim de 2020 e começo deste ano, a despeito da pandemia da Covid-19, tensões políticas e “riscos fiscais” (dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas) têm contido as previsões de alta da atividade nas últimas semanas.

O mercado financeiro também manteve em 7,50% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021. Com isso, os analistas seguem estimando alta nos juros em 2021.

Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia foi aumentada pelo BC para 2,75% ao ano. Em maio, o Copom elevou o juro para 3,5% ao ano e, em junho, a taxa avançou ara 4,25% ao ano. Na semana passada, a taxa subiu para 5,25% ao ano.

Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para a taxa Selic para 7,50% ao ano, o que pressupõe estabilidade do juro básico da economia no ano que vem.

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5,10 para R$ 5,15. Para o fim de 2022, ficou estável em R$ 5,20 por dólar.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 ficou estável em US$ 70 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado recuou de US$ 63,50 bilhões para US$ 62 bilhões de superávit.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 54 bilhões. Para 2022, a estimativa caiu de US$ 66 bilhões para US$ 65 bilhões.

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Fonte: G1