Agricultores do Paraná tentam proteger as lavouras das geadas | Jornal Nacional

No Paraná, agricultores estão tentando proteger as lavouras.

Dias muito frios sempre assustam Eliel dos Santos Silva, produtor de hortaliças em Londrina, norte do Paraná.

“Tive até pavor à noite, nem dormi. Tive um pesadelo; sonhei que na terça-feira tinha congelado até meus motores todos”, relembra.

Nesta época do ano, Eliel diminui a produção de plantas mais sensíveis ao frio, como alface, e aumenta o plantio de acelga, couve e repolho – mais resistentes às baixas temperaturas. Ele também usa um produto para proteger as plantas do gelo, e não molha a horta nos dias que antecedem a chegada do frio.

“A primeira coisa é, se for gear, não molhar a terra. Para não ter umidade, para ter congelamento total0 raiz e folha. Então, a gente deixa seca a terra, murcha, mas não vai morrer”, explica.

Por todo o estado, os canteiros de verdura ganham mantas, que ajudam a diminuir as perdas. “A turma fala que vai gear e a gente fica esperto já. Começa a correr atrás das mantas para jogar no alface”, conta o agricultor Marcos Zinher.

“As folhas, se você não proteger, a geada queima. E daí vai chegar um produto que não vai ter valor no mercado”, afirma Eliseu Elias.

Nem dentro de estufas os pés de morangos estão a salvo das baixas temperaturas em Mandirituba, Região Metropolitana de Curitiba. A cortina plástica quebra as rajadas de vento gelado, e a proteção de TNT vira cobertor de morango.

“Teve três geadas fortes no ano passado. Elas queimaram toda a florada; três floradas a gente perdeu”, diz a produtora Rosana Aparecida Garbardo.

Nas lavouras de café, as mudas com até seis meses de plantio podem ser dobradas e cobertas com uma camada espessa de terra. Nas maiores, com até dois anos, a terra encobre o tronco. “Mesmo que ocorra uma geada forte, a gente vai proteger essas mudas também”, afirma o engenheiro agrônomo Romei Gair.

A onda de frio que atinge o Paraná não gerou geadas intensas que pudessem comprometer a produção agrícola. Segundo meteorologistas, ventos fortes e a formação de nebulosidade amenizaram os riscos de prejuízo.

“A velocidade do vento chegou aos 37 km/h. Então, foi um vento bem intenso e afastou o sistema que traz a geada, que forma a geada, para fora da nossa região”, destaca a meteorologista Ângela Costa.

Com a possibilidade de perder toda a lavoura com a geada, na roça, quase ninguém gosta do frio.

“Lindo para quem fica dentro de casa, né? Não para quem fica 19h, 20h, cobrindo as plantações. Por mim não precisava nem existir o tal do frio…”, diverte-se a agricultora Leonir Zinher.

Fonte:G1