A visão do mercado sobre o comunicado do Copom


Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu pela manutenção da Selic em 13,75% ao ano, pela sexta vez consecutiva. A decisão desta quarta-feira, 3, veio em linha com as expectativas de economistas do mercado financeiro, que apostavam majoritariamente na manutenção da taxa, que tem o maior patamar desde 2016.

“Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, afirma o colegiado, sem indicar um horizonte para o corte dos juros. “O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, completa. 

O que o mercado ainda digere é o comunicado, mais brando do que o anterior, mas ainda considerado duro. “Eles fizeram a ponderação de que esse cenário (voltar ao ciclo de alta da Selic) é o menos provável, no entanto eles reforçaram, assim como nos comunicados anteriores, que devem preservar a taxa no atual patamar até que se consolide o processo de desinflação bem como a ancoragem das expectativas em torno da meta”, afirmou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. “Eles também fazem questão de reforçar que não há relação mecânica entre a convergência da inflação e a aprovação do arcabouço”, completou.

O Copom afirmou que o ambiente externo se mantém adverso e os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, requerendo contínuo monitoramento. “Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente”, afirmou. 

“O comunicado veio com um tom mais duro, sinalizando que as projeções de inflação subiram e ainda permanecem acima da meta. Adicionalmente, ainda existem incertezas acerca do arcabouço fiscal que foi apresentado ao Congresso e deixa dúvidas sobre quais serão os impactos no cenário futuro da inflação”, afirmou Cristiane Quartaroli, economista do Ourinvest. “A Selic deve permanecer neste patamar no curto e médio prazo”, completou.

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