
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu a porta da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP) como pontapé inicial de sua campanha eleitoral. O ex-líder sindical falou aos trabalhadores da empresa e utilizou a retórica que permeia os discursos desde a pré-campanha: sobre a volta da fome e a queda da produtividade industrial. No meio de argumentos já conhecidos pelos apoiadores do ex-presidente, veio uma nova promessa: “A primeira medida que eu vou tomar quando eu ganhar as eleições é vir aqui dizer a vocês que eu vou reajustar a tabela do Imposto de Renda“, afirmou, sem dar mais detalhes, ao encerrar seu discurso nesta terça-feira, 16.
A promessa não está no plano de governo do PT apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral, que menciona sobre o assunto uma reforma tributária que fará “os mais ricos pagarem imposto de renda”. A correção da tabela do IR é uma das promessas (antigas) de seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição. Em 2018, o então candidato prometeu em atos de campanha o reajuste da tabela do IR com isenção para trabalhadores que recebessem até cinco salários mínimos (equivalente a 4.770 reais na época). A promessa de Bolsonaro voltou em 2022, dessa vez escrita no plano de governo. Durante a atual gestão, o governo apresentou um projeto para corrigir a tabela do IR em 31%, chegando em 2.500 reais a faixa de isenção, porém, a proposta está parada no Senado Federal.
A tabela do IR não é reajustada desde 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Desde então, a faixa de isenção é para quem recebe 1.903 reais. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), a defasagem da tabela do IR somou 147,37% de 1996 a 2022.