Votação de impeachment de Witzel atraiu poucos manifestantes à escadaria da Alerj


Ao contrário de outras votações importantes na Alerj, que foram marcadas por protestos do lado de fora do Palácio Tiradentes, os poucos manifestantes que apareceram nesta quarta-feira, dia 23, não preenchiam nem um degrau inteiro da escadaria da Casa.

No início da tarde, quando ainda havia expectativa de que Wilson Witzel comparecesse pessoalmente, três servidores da Saúde chegaram trazendo uma faixa classificando a gestão do governador afastado como uma “vergonha”.

— Caí no erro de votar nesse “desgovernador”, e hoje estou aqui para tentar falar com ele, porque estou com uma ação de despejo, duas contas de luz atrasadas. O Rio Previdência cortou meu salário e estou recebendo R$ 560 líquidos. Quero ver esse homem sair daqui feito cachorro, porque não era para estar mais no palácio (Laranjeiras, residência oficial do governador), mas em Bangu 8 — disse a auxiliar de enfermagem Mariá Casa Nova, de 68 anos.

Junto com a geriatra aposentada Clara Fonseca, de 64 anos, e o auxiliar de enfermagem Gilberto Mesquita, de 52, Mariá carregava uma faixa que dizia: “Vergonha, vergonha! Enquanto os servidores passam necessidades, deputados fazem a furna da onça com o nosso dinheiro!”.

Manifestante pró-Witzel na porta da Alerj em 23/9/2020
Manifestante pró-Witzel na porta da Alerj em 23/9/2020 Foto: Pedro Zuazo

A poucos metros dali, um manifestante carregava um cartaz pró Witzel, que dizia: “Com todo respeito, Wilson Witzel não é corrupto”. Quem segurava o cartaz era Christian Melo, de 51 anos. Ele conta que era garçom mas acabou demitido, passando a trabalhar como ambulante, e diz que atuou como voluntário na campanha de Witzel distribuindo panfletos e que levou “três segundos” para decidir que iria votar nele.

— Ele poderia ficar na zona de conforto como juiz federal. Sei que estão dizendo que ele recebeu uma verba enquanto ainda era juiz, mas, mesmo assim, poderia ficar na zona de conforto e resolveu arriscar tudo para disputar o governo do Rio — argumentou, referindo-se à denúncia do Ministério Público Federal, que apontou que Witzel recebeu R$ 980 mil em dinheiro quando ainda era juiz federal para se candidatar ao cargo.





Fonte: G1