Com a chegada da Semana Santa, o setor de pescados em Cabo Frio entra em seu período mais aquecido do ano. No Mercado Municipal de Peixe, o movimento é intenso e promete alavancar as vendas em até 35% em relação aos meses anteriores. A combinação entre tradição religiosa e preferência por produtos frescos movimenta não apenas as bancas, mas toda a cadeia que envolve captura, transporte, conservação e venda dos pescados na cidade.
A economia do pescado vive, neste período, um ciclo de aceleração típico. O aumento da demanda pressiona a logística e eleva a competitividade entre os permissionários, que ajustam preços, reforçam estoques e ampliam os horários de atendimento. O mercado está funcionando de 6h às 18h até o sábado de Aleluia (19), com cada banca tendo autonomia para ampliar ainda mais o horário de abertura e fechamento. “O mercado fica praticamente no limite da capacidade. Muitos permissionários estão começando a atender logo às 6h para dar conta da clientela que madruga em busca do peixe ideal para o almoço da Sexta-Feira Santa”, relata Humberto Santos, superintendente de Pesca.
Os preços variam conforme a oferta e o porte do pescado. Espécies como a anchova aparecem com valores entre R$ 23 e R$ 28 o quilo. Já peixes como o pargo e o dourado têm valores que flutuam de acordo com tamanho e tipo, o que gera um leque de opções para diferentes faixas de consumo.
Lucimar, permissionária com anos de experiência no mercado, nota a diferença: “A gente já sente o movimento crescer dias antes da Sexta-feira Santa. Tem muito cliente novo, gente que vem de outras cidades ou está acostumada a comprar só nesse período. Este ano, está bem movimentado, acho que vai ser um dos melhores”, afirma.
O fluxo de consumidores tem impacto direto também nos arranjos de trabalho informal e temporário. Muitas bancas recorrem a contratações pontuais para o atendimento nas vésperas do feriado, movimentando a economia local para além da venda do pescado em si. Do pescador artesanal ao ambulante que ajuda no transporte das sacolas, toda a engrenagem é ativada.
Daniel Bonfim, outro permissionário, acredita que a procura elevada se sustenta mesmo diante da oscilação de preços. “O consumidor está mais consciente e busca qualidade. A venda do peixe fresco continua sendo um diferencial forte, que pesa mais do que o preço em muitos casos. A expectativa é de aumento entre 30% e 35% nas vendas nesta semana”, projeta.
Ainda que o setor de pescado enfrente desafios ao longo do ano — como sazonalidade, variações climáticas e custos logísticos —, o pico da Semana Santa representa um respiro importante nas contas dos comerciantes. O volume de vendas em poucos dias chega a representar uma fatia expressiva do faturamento mensal de muitos permissionários.
Fonte: Fonte Certa