Seis meses depois, exame de DNA fica pronto e comprova que lavrador matou argentina em Búzios

Seis meses depois, exame de DNA fica pronto e comprova que lavrador matou argentina Florência Arangurén, em Búzios. O exa

me só ficou pronto agora, seis meses depois do assassinato, porque os equipamentos da Polícia Civil estavam com defeito.

A perícia do Instituto de Pesquisa e Perícia em Genética Forense (IPPGF) confrontou amostras das unhas das duas mãos da vítima e do principal suspeito. O material genético dele foi coletado nas roupas íntimas, no chinelo, boné e na bermuda de Carlos José.

Os resultados do exame de DNA indicaram a presença, nas unhas da mão direita de Florência, de um perfil de cromossomo y compatível com o de Carlos França.

Florência, de 31 anos, foi morta no dia 6 de dezembro do ano passado, com 18 facadas, em uma trilha da Praia de José Gonçalves, em Búzios, na Região dos Lagos.

Por volta das 7h, imagens de câmeras da região mostram a argentina passeando com o cachorro. Pouco depois, a mesma câmera gravou um homem de camisa e boné, em uma bicicleta.

Segundo a polícia, era Carlos José de França. Ele foi preso em flagrante, se lavando e com peças de roupa com sangue. Ele foi levado até o local do crime e o cachorro da vítima reagiu contra ele.

A solicitação do confronto genético foi feita no dia 11 de dezembro, cinco dias depois do crime. Mas só cinco meses depois, em 29 de maio, o perito criminal conseguiu começar a trabalhar de fato.

O motivo é que as duas máquinas da perícia da Polícia Civil que fazem triagem de DNA estavam quebradas, uma desde abril do ano passado, e outra desde novembro. O custo do conserto era de R$ 15.671.

O primeiro orçamento de reparo é do dia 4 de maio de 2023 – oito dias depois de a primeira máquina quebrar.

O processo para a contratação efetiva do serviço só entrou no sistema de processos do governo em janeiro deste ano – depois do assassinato da argentina e um dia depois da reportagem do RJ2 denunciando a quebra das máquinas e a demora na solução.

O equipamento mais novo só foi consertado no dia 5 de março deste ano, quase um ano depois de apresentar problemas.

Durante o período em que as máquinas estavam paradas, além de realizar os exames que não dependiam daquelas máquinas, os peritos continuaram trabalhando regularmente na preparação das amostras, que é a etapa mais demorada. Depois, atuaram em regime de força-tarefa para realização das análises.

O laudo demorou a sair porque havia uma grande demanda e uma fila de casos que precisavam de exames de DNA.

O RJ2 apurou ainda que o resultado do exame também demorou a ficar pronto porque as amostras eram complexas.

As primeiras análises detectaram apenas a presença do DNA da vítima. Só depois de uma técnica específica para avaliar marcadores de DNA de origem masculina, peritos do Instituto de Pesquisa e Perícia em Genética da Polícia Civil conseguiu encontrar o cromossomo do suspeito nas amostras.

A Polícia Civil diz que o resultado será inserido no banco estadual de perfis genéticos, possibilitando a ligação com outros crimes cometidos pelo mesmo autor.

O equipamento da perícia que quebrou em novembro ainda está no conserto. Carlos José França segue preso pelo assassinato.

A Polícia Civil informou que o reparo das máquinas só pôde ser feito após um processo de licitação que leva um tempo para ser concluído. A polícia disse, ainda, que isso não prejudicou as investigações.

*Com informações do G1.


Fonte: Polícia RC24H