Recém-nascida precisa de vaga em hospital e família relata angústia à espera de transferência | Região dos Lagos


A família de uma criança recém-nascida está vivendo momentos de angústia e desespero enquanto espera por uma vaga em qualquer hospital que tenha suporte para atender Pérola Vitória Mendonça Barbosa, de apenas um mês e 15 dias de vida.

A bebê deu entrada na UPA de Araruama na tarde de sexta-feira (26) com o quadro de bronquiolite e pneumonia, mas até o início da madrugada desta segunda-feira (1º) ainda não havia conseguido transferência para o Hospital Regional de Araruama ou qualquer outra unidade com condições de fazer o atendimento.

“Se acontecer alguma coisa, se ela der algum ataque cardiorrespiratório, aqui não tem estrutura nenhuma pra ela, nenhuma! Já chorei muito. Estou entregando nas mãos de Deus porque tá muito difícil de achar vaga”.

O desabafo é de Jovana da Silva Mendonça, mãe de Pérola. Ela está na UPA com a filha. Ao G1, contou que a equipe da unidade disse que foi até onde podia.

“Eles simplesmente falam que estão esperando a vaga e que não podem fazer mais nada, que já solicitaram e tudo mais. Pode ser aqui no Hospital Regional de Araruama, pode ser em Niterói, no Rio”, contou.

A avó paterna da criança, Patrícia Maria da Silva, disse que a bebê foi levada pelo avô materno, primeiramente, até o Hospital Municipal Drª Jaqueline Prates, onde a criança nasceu. Mas a neta logo foi encaminhada pela unidade até a UPA de Araruama, permanecendo no local.

Momento em que Pérola foi encaminha à UPA de Araruama, onde aguarda por transferência desde sexta-feira — Foto: Arquivo pessoal

“Atenderam muito bem, colocaram no oxigênio, mas depois falaram que ela não tinha como ficar lá. Ela foi colocada na incubadora e transferida para a UPA. Só que a UPA alega que não tem recursos, equipamentos necessários para mantê-la. Eles estão atendendo ela bem, eles vão e fazem o que podem. Mas ela não consegue ficar cinco minutos sem o oxigênio”, desabafa a avó.

A mãe da criança disse que assim que a filha deu entrada na UPA, a equipe logo falou da falta de estrutura.

“Na sexta-feira mesmo eles falaram ‘porque que trouxeram ela pra cá?. Não temos estrutura aqui’. Hoje mesmo a médica falou comigo que esse oxigênio aqui pra ela é muito fraco, tem que ser um outro tipo. Falou que era pra gente ir na Defensoria, correr atrás, o mais rápido possível”, revelou Jovana, que pretende recorrer à Defensoria Pública nesta segunda.

Outros parentes, também se mobilizam pedindo por socorro. Áudios enviados pela família demonstram extrema preocupação com a demora para a transferência.

“Já estou ficando desesperada, achando que ela não vai ter chance. Tão pequenininha e não vai ter chance porque essa vaga não sai'”, disse Josiane, tia da criança.

O G1 e a produção da Inter TV tentam contato com a Secretaria de Estado de Saúde para saber mais informações sobre o caso e a razão da demora para a transferência.

Essa matéria será atualizada assim que houver retorno do Estado. O G1 também aguarda mais informações da UPA de Araruama sobre o quadro de saúde da criança.



Fonte: G1