Segundo a polícia, o criminoso movimentou, em suas contas, algo em torno de R$ 6 milhões em 2022. Criminoso é suspeito de ainda lavar dinheiro para a quadrilha que explora gatonet e venda de drogas. Câmera de segurança registra a morte de Rodrigo Negão
Rodrigo José Barbosa da Silva, o Rodrigo Negão, réu por assassinatos em série em Maricá, já havia sido indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por outros crimes. Executado na última sexta-feira (27) dentro de casa, Rodrigo Negão foi alvo de um inquérito da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) como suspeito de desvio de recursos públicos.
Na investigação, Rodrigo Negão é identificado como braço armado de uma “narcomilícia”.
Atuando pelo grupo paramilitar, Rodrigo Negão movimentou, segundo os investigadores, quantias milionárias em suas contas e utilizou empresas para lavar dinheiro.
As investigações começaram após denúncias em que Rodrigo era apontado como o responsável por controlar “tanto o tráfico de drogas, quanto a exploração clandestina do sinal de internet e TV” em diversas comunidades de Maricá. No relatório final da Delegacia de Homicídios, os investigadores afirmam que o criminoso pagava propina a agentes públicos para “impor medo e terror aos habitantes da região”.
Rodrigo José Barbosa da Silva
Reprodução
No documento, anexado a um processo criminal, Rodrigo Negão aparece como sócio de uma rede de lojas de eletrônicos, que tinha, segundo a polícia, o objetivo de “branquear” os lucros de uma organização criminosa. Após o afastamento do sigilo fiscal e bancário, a polícia encontrou uma movimentação bancária que seria “totalmente incompatível” com a renda declarada pelo suspeito.
No Imposto de Renda de 2022, por exemplo, Rodrigo declarou que recebeu um total de R$ 170 mil em rendimentos tributáveis. Mas, de acordo com o relatório, teria movimentado em suas contas bancárias quase R$ 6 milhões em crédito e débito.
Rodrigo Negão foi indiciado pela DH por organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas acabou ficando de fora da denúncia formulada pelo Ministério Público ao fim das investigações. Ele é réu em 4 processos pelo homicídio de 5 pessoas.
Todos os inquéritos foram concluídos pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e as denúncias formuladas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Mortes em série
Rodrigo Negão era réu em 5 homicídios, entre eles a morte do jornalista Robson Giorno, em 2019. De acordo com as investigações da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e a posterior denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), ele foi um dos executores do crime. O crime teria sido cometido a mando do deputado Renato Machado (PT), que nega o envolvimento no caso.
Ele também respondia pelo assassinato de outro jornalista: Romário da Silva Barros, do portal “Lei Seca Maricá (LSM)”, foi morto dentro de um carro em 2019.
Rodrigo também era réu pelas mortes do vereador Ismael Breve e o filho dele, Thiago Marins, que foram assassinados a tiros dentro de casa em 2019.
Ele também respondia pela morte de Sidnei da Silva. De acordo com as investigações, ele foi morto por vingança após uma discussão na rua, poucos dias antes do crime, entre a vítima e a sua ex-cunhada.
Em todos os casos, Rodrigo é apontado como executor. Ele chegou a ser preso em agosto de 2023, mas estava em liberdade desde maio deste ano.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI). Os policiais tentam identificar quem matou Rodrigo e a motivação do crime.
Mais um jornalista é morto a tiros em Maricá, no RJ
G1 Região dos Lagos