CABO FRIO, RJ – A Prolagos, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto em cinco municípios da Região dos Lagos, inicia 2025 sob os holofotes, dividindo atenções entre anúncios de investimentos significativos e a persistente voz dos consumidores, ecoando insatisfações que parecem longe de serem silenciadas.
A empresa tem divulgado um ambicioso plano de obras para o biênio 2024-2025, prometendo modernização de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e expansão das redes de abastecimento em locais como Parque Arruda (São Pedro da Aldeia) e São Jacinto (Cabo Frio). A tão aguardada nova ETE de Arraial do Cabo, com capacidade ampliada, surge como uma esperança para sanar antigas deficiências no tratamento de esgoto da região.
No entanto, a realidade para muitos moradores da Região dos Lagos parece destoar do otimismo propagado pela concessionária. Apesar dos esforços de comunicação da Prolagos, que incluem a divulgação de relatórios sobre a qualidade da água, a lupa da crítica se mantém atenta.
Embora não haja um levantamento centralizado e público de “reclamações de 2025” compilado de forma independente, é crucial observar o histórico da empresa e os canais de atendimento disponíveis. A Prolagos disponibiliza um Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) 24 horas e outros canais como WhatsApp e ouvidoria, o que, em tese, facilita o registro de queixas. Contudo, a efetividade na resolução dessas demandas e a recorrência de certos problemas permanecem pontos de interrogação.
Em anos anteriores, as reclamações frequentemente orbitavam em torno de questões como:
- Falta d’água: Interrupções no abastecimento, especialmente em períodos de alta temporada, sempre foram um ponto sensível na região. Resta saber se os investimentos anunciados em 2025 trarão alívio para essa questão crônica.
- Qualidade da água: Apesar dos relatórios da Prolagos atestando a potabilidade, relatos pontuais de alterações na cor, odor ou turbidez da água distribuída ainda circulam entre os moradores. A transparência na divulgação e a agilidade na resposta a essas ocorrências são cruciais.
- Cobranças e Tarifas: A política de cobrança, incluindo a tarifa mínima, já foi alvo de críticas, como evidenciado pela recente reunião do prefeito de Búzios com a presidência da Prolagos. A revisão dessas tarifas e a clareza nas faturas são demandas importantes dos consumidores.
- Esgotamento Sanitário: Problemas como vazamentos de esgoto e a extensão da rede coletora em algumas áreas ainda são desafios a serem superados. A modernização das ETEs é um passo importante, mas a efetiva ligação dos imóveis à rede e a manutenção do sistema são igualmente relevantes.
É importante ressaltar que a Prolagos também demonstra esforços em se aproximar da comunidade, realizando ações como a “Ouvidoria Itinerante” em parceria com os Procons municipais e promovendo mutirões de negociação de dívidas. Essas iniciativas são válidas, mas precisam ser acompanhadas de melhorias concretas nos serviços prestados.
Para 2025, a expectativa é que os investimentos anunciados se traduzam em uma melhora tangível na vida dos moradores da Região dos Lagos. No entanto, a concessionária precisará ir além dos comunicados otimistas e demonstrar, na prática, que está atenta às necessidades e reclamações da população. A cobrança por serviços de qualidade, tarifas justas e um abastecimento contínuo e confiável permanece como a principal pauta dos consumidores da Região dos Lagos. O ano de 2025 será um teste para a Prolagos, que precisará equilibrar as promessas de futuro com a resolução dos problemas do presente.