A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro estão investigando contratos milionários firmados entre o governo estadual e a empresa Consuvet, criada apenas três meses antes de receber acordos que somam R$ 200 milhões. O caso, que envolve suspeitas de superfaturamento, corrupção e fraude à licitação, lança uma sombra sobre a gestão pública no estado.
De acordo com as investigações, os contratos tinham como objetivo a castração de animais por meio do programa RJPet. No entanto, há indícios de irregularidades graves, como pagamentos descontrolados e a ausência de identificação dos animais e seus tutores. A subsecretária de Proteção e Bem-estar Animal, Camila Costa da Silva, responsável pelos contratos, é uma das principais investigadas. Durante uma operação de busca e apreensão, a polícia encontrou o celular dela na casa da companheira do deputado federal Marcelo Queiroz, que, à época, era secretário de Agricultura do estado.
Conexões Políticas e Movimentações Suspeitas
Marcelo Queiroz, que também foi candidato a prefeito do Rio, é apontado como figura central no esquema. A empresa Consuvet, que recebeu R$ 35,5 milhões para esterilização de cães e gatos, foi contratada sob circunstâncias questionáveis. Antes mesmo de sua criação, a empresa apresentou documentos que supostamente comprovavam sua capacidade técnica, e só obteve o registro necessário do Conselho Regional de Medicina Veterinária após a assinatura dos contratos.
Outro nome-chave na investigação é Antônio Emílio Santos, ex-diretor administrativo e financeiro da Secretaria de Agricultura. Ele autorizou a licitação que contratou a Consuvet e, pouco tempo depois, tornou-se sócio da empresa. Relatórios de inteligência apontam que Antônio recebeu R$ 888 mil em apenas oito meses, incluindo um saque de mais de R$ 700 mil em dezembro de 2023.
Impacto na Gestão Pública
O escândalo levanta questões sobre a transparência e a ética na administração pública do Rio de Janeiro. Embora não haja evidências que conectem diretamente o prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho, ao caso, sua proximidade política com o governador Cláudio Castro e seu histórico de polêmicas na gestão local têm gerado questionamentos. Dr. Serginho, que assumiu a prefeitura em 2025, já enfrentou acusações de loteamento de cargos e favorecimento político em processos seletivos anteriores.
Repercussão e Próximos Passos
Com o caso agora sob análise do Supremo Tribunal Federal, devido ao foro privilegiado de Marcelo Queiroz, a expectativa é de que as investigações avancem para esclarecer as responsabilidades e punir os envolvidos. Enquanto isso, a população do estado do Rio de Janeiro observa com indignação mais um episódio que evidencia a fragilidade das instituições e a necessidade de reformas profundas na gestão pública.