Plano de recuperação judicial pode garantir reembolso para clientes da G.A.S

Plano de recuperação judicial pode garantir reembolso para clientes da G.A.S
Dono da G.A.S, Gliadson Acácio dos Santos é acusado de praticar pirâmide financeira através de uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas na Região dos Lagos. – Crédito: Reprodução Pixabay
PUBLICADA ORIGINALMENTE NA FOLHA DOS LAGOS

A G.A.S Consultoria, empresa que ficou conhecida no caso do Faraó do Bitcoin, pretende apresentar à Justiça, no prazo de 30 dias, um plano de recuperação judicial. Esta é esperança mais viável, no momento, para que clientes da empresa recebam de volta o dinheiro da empresa, que prometia realizar o serviço de “terceirização do trade em criptomoedas”. Em conversa com a Folha, David Figueiredo, que representa a GAS Consultoria na ação, contou que ainda não existe um prazo legal para o tão sonhado reembolso, mas providências para isso já estão sendo tomadas.

Na última quarta-feira (25), o advogado Sergio Zveiter – que teria sido nomeado administrador judicial na ação ajuizada pela G.A.S Consultoria na 5ª Vara Empresarial da capital – anunciou à imprensa que abriu um cadastro para inscrição dos credores. A estimativa inicial, segundo ele, gira em torno de 300 mil pessoas. Contudo, alertou que o pagamento das dívidas será efetivado somente se a G.A.S comprovar a origem lícita dos recursos.

À Folha, David não confirmou esses números. Revelou apenas que “todas as informações serão apresentadas em juízo após o levantamento que está sendo realizado”.

A G.A.S é de propriedade de Glaidson Acácio dos Santos, e sua esposa Mirelis Yoseline Diaz Zerpa. Apelidado de Faraó do Bitcoin, Glaidson está preso desde agosto de 2021. A Polícia Federal o acusa de prática de pirâmide financeira através de uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas na Região dos Lagos. Já Mirelis está foragida há quase um ano.

Embora não seja advogado criminal de Glaidson, David Figueiredo explicou à Folha que “ao contrário do que muito se tem divulgado a respeito de pirâmide financeira, a acusação que pesa contra Glaidson é de crime contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa”.

– A tese defensiva trazida inclusive no Pedido de Tutela Cautelar apresentado à 5ª Vara empresarial é a de que as atividades empresariais da G.A.S. não configuram qualquer crime, já que as criptomoedas não possuem uma regulamentação específica no Brasil – alega David. Glaidson também é acusado de mandar matar os investidores Wesley Pessano, em São Pedro, e Nilson Alves da Silva, em Cabo Frio.

Sobre a acusação, David diz apenas que “o representante da empresa afirma categoricamente não ser o mandante dos crimes narrados”.

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