Painel Discriminação: 77% das vítimas de injúria por preconceito na região são negras ou pardas

A Região dos Lagos registrou 59 ocorrências de injúria por preconceito no ano de 2021, segundo um estudo do Instituto de Segurança Pública (ISP), que resultou na primeira edição do Painel Discriminação, divulgado na ultima quarta-feira, dia 18. Das 66 vítimas destas ocorrências, 28 foram identificadas como negras e 23 como pardas, totalizando 77% dos casos. Entre as vítimas, 36 foram mulheres, o que equivale a 54% do total, sendo 28 delas mulheres negras e pardas, totalizando 42%.


O município de Cabo Frio foi o que mais registrou ocorrências de injúria por preconceito, com 20 casos (24 vítimas); seguido por Saquarema, com 14 casos (14 vítimas); Araruama, nove casos dez vítimas); Búzios, oito casos (nove vítimas); São Pedro da Aldeia, cinco casos (cinco vítimas); Arraial do Cabo, dois casos (duas vítimas); e Iguaba Grande, um caso (uma vítima). 


Em relação ao preconceito de raça e de cor, o município também teve 59 ocorrências no ano passado. Outro delito contabilizado pelo Painel Discriminação são as ocorrências de Ultraje de Culto e Impedimento ou Perturbação de Ato a ele Relativo. Ao todo, a região teve 66 casos registrados em delegacia desse tipo de crime no ano passado. 


A injúria por preconceito é o ato de discriminar um indivíduo em razão da raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional tem por objetivo a inferiorização de todo um grupo étnico-racial e atinge a dignidade humana. A tipificação criminal de ultraje a culto é determinada pela ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa.


Em todo o estado do Rio, foram contabilizados, apenas em 2021, 1.365 ocorrências de injúria por preconceito, sendo 1.036 vítimas negras. O relatório mostra dados estatísticos relacionados à discriminação contra indivíduos ou grupos em razão da sua etnia, raça, cor, classe social, sexualidade ou por intolerância religiosa. A pesquisa destaca também que 166 pessoas sofreram preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional, e 33 casos por ultraje a culto. 


O levantamento mostra que 56% das vítimas por injúria de preconceito são mulheres negras, o que representa pelo menos uma vítima por dia durante todo o ano de 2021. Nos crimes de preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional, das 77 vítimas negras, 26,5% também são mulheres. 

 

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Fonte: Folha dos Lagos