O município de Cabo Frio caminha devagar, quase parando, na busca pelo fortalecimento e diversificação da sua economia. O desemprego é alarmante. Milhares de famílias sofrem com as mãos vazias por falta de ocupação, enquanto os poderes constituídos preguiçosamente convivem com o problema. O sonho do Polo de Desenvolvimento Econômico, no Jardim Esperança, parece ter caído no esquecimento. Pior é o silêncio da Câmara Municipal, com maioria de seus vereadores a serviço apenas de seus interesses.
Também as organizações de classes se calam, enquanto o problema social do município se amplia cruelmente. A sociedade cabo-friense, se descruzar os braços, pode travar um debate sério, construtivo, na busca de alternativas para fomentar a geração de receitas e empregos. Uma política atrativa para novos empreendimentos é tão necessária quanto a urgente desburocratização para a instalação de novos negócios. Cabo Frio, lamentavelmente, passa fome. Mas suas lideranças fingem que nada veem. É urgente a mudança de mentalidade. Se atitudes sérias não forem tomadas, o caos social se tornará ainda mais explícito e cruel.
A legião de pedintes se amplia nas ruas, praças e avenidas, sinais de trânsito são tomados por crianças, jovens e idosos pedindo ou implorando para que comprem seus produtos. E nas ruas proliferam os camelôs e flanelinhas. O discurso da organização da cidade sempre passa pelo ataque a esses mercadores do desespero, mas é fruto apenas da indiferença e do desamor ao próximo. Uma cidade viva, com oportunidades para todos, se constrói com o compromisso do diálogo.
Unir forças, sem sectarismo, é o caminho para conquistar o bem-estar de todos. E que esta reação da sociedade seja urgente, eficiente e produtiva. Sob pena de Cabo Frio, cada vez mais, mergulhar neste vasto mundo da miséria.
Texto publicado na coluna Informe dos Lagos no dia 05/08/2022.
Por Moacir Cabral, jornalista e fundador da Folha dos Lagos.
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Fonte: Folha dos Lagos