OPINIÃO – Ivan Rollas: “O que são essas tais GEOTECNOLOGIAS?”

Professor de Geografia, Pós Graduado em Geoprocessamento

Em tempos de pandemia, somos bombardeados diuturnamente por novos jargões, verbetes e palavras. Não é incomum ouvirmos palavras como “pandemia”, “covid-19”, “lockdown”, ou “mapeamento”, “geoinformação”, “geoprocessamento”, “geotecnologias”. Não vou me ater a explicar todas as palavras acima, mas sim as que são de importância para o presente texto. Palavras que me parecem comuns, percebo causar estranheza em grande parte da população. Mas, afinal, o que são essas tais “geos”?

Começando por “mapear”, que logo nos remete a “mapas”, nada mais é do que traçar os contornos geográficos de uma região ou, então, relacionar ou ligar um conjunto de itens de dados a outros. Sendo assim, podemos fazer uma relação direta com a disciplina “geografia” que, em seu significado, tem origem grega e é formada pelos radicais “geo”, que significa Terra, e “grafia”, que significa descrição. Mas e as geotecnologias? Onde se encaixam?

Exemplo de um mapa com limites Municipais e o do Parque Estadual Costa do Sol

Podemos relacionar diretamente às geotecnologias, as ciências geográficas, porém, vão mais além. Assim como dizem que a geografia é uma disciplina abusada e que se atém a estudar e dar conta de tudo na Terra e, por vezes, fora dela também… Porém, o seu principal objeto de estudo é o espaço geográfico, onde são estabelecidas as relações humanas, ou seja, as relações entre sociedade e natureza, tornando assim uma ciência abrangente demais. Não diferentes serão as geotecnologias que também estão em ambos os espaços, o geográfico e o sideral.

A geotecnologia por definição trata do uso de conjuntos tecnológicos utilizados para realizar a coleta, o processamento, análise e disponibilização de informações com referência geográfica de uma determinada localidade. Ou seja, como bem frisou CÂMARA & DAVIS (2001), “Se onde é importante para seu negócio, então Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho”.  Mas, recentemente, em minhas pesquisas me deparei com a seguinte frase: “Se onde é importante para você, então Geoprocessamento é a tecnologia que você vai utilizar”. O Geoprocessamento pode ser aplicado em tudo o que possa ser posicionado espacialmente. E o que é o “Geoprocessamento”?

As frases acima resumem bem o amplo leque de aplicações do Geoprocessamento. O termo é utilizado para designar todas as etapas que envolvem o uso e a análise espacial de dados geográficos, assim como o compartilhamento dessas informações e denota a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica.

Estrutura de um GIS

Geoprocessamento nada mais é do que o uso automatizado de informação que de alguma forma está vinculada a um determinado lugar no espaço, seja por meio de um simples endereço ou por coordenadas. O Geoprocessamento é um ramo da área do conhecimento denominada oficialmente de Geomática. Ele engloba o total conjunto de técnicas (ou tecnologias) ligadas à informação espacial, quer seja a coleta, tratamento e análise desses dados.

Dentre as Geotecnologias estão:

– Topografia e Geodésia

– Cartografia

– GPS (Sistema de Posicionamento Global)

– GIS (Sistemas de Informação Geográfica)

– Sensoriamento Remoto por Satélites

– Fotogrametria

– Geoestatística

– Geomarketing

– Banco de Dados Geográficos

– WebMapping

As aplicações, como já mencionamos antes, são diversas. Dentre elas:
– CTM (Cadastro Técnico Multifinalitário)

– Meio ambiente

– Obras de saneamento

– Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica

– Educação e Saúde

– Agronegócios

– Turismo

Posso lhes apresentar também alguns Softwares ou Apps que usam ou constroem essas tecnologias:

– QGIS, ArcMap, Spring e AutoCAD

– PostGis, SQL e Python

– AppSheet e GoogleMaps

– Tinder, Uber e IFood

E se eu lhe perguntar o que é “SIG/GIS” ou “ORTOFOTO”, se já ouviu falar em “SMART CITIES”?

Nossa!!! Para explicar algumas surgiram umas tantas outras.

Se você já ouviu falar na maior parte destas palavras e conceitos, parabéns bem vindos à era moderna e a Indústria 4.0. Se ainda não ouviu e quer conhecer mais sobre o assunto ou ainda ficou alguma dúvida, siga os próximos textos aqui na minha coluna, ou nas mídias sociais abaixo listadas.

O objeto deste texto é dar início a uma série de conteúdos sobre estes e outros temas relacionados, no qual trabalho com paixão e afinco e quero desmistificar e compartilhar com o maior número de pessoas possíveis… aprendizado este, adquirido ao longo de vários anos.

Vou compartilhar com vocês uma lista de alguns dos principais responsáveis por este aprendizado que não acabou, tenho certeza.

Dicas de cursos e materiais para estudo:

https://www.pucminas.br/PucVirtual/Pos-Graduacao/Paginas/Geoprocessamento.aspx?moda=1&polo=1&area=11&curso=2077&situ=1

https://www.mackenzie.br/universidade/laboratorio/ee/labgeo/curso/

https://www.labgis.uerj.br/

https://mundogeo.com/

https://www.instrutorgis.com.br/

https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2020/junho/abertas-as-inscricoes-para-curso-on-line-de-geoinformacao

Este acima é muito interessante já que trata de uma iniciativa da Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU) junto às universidades federais do Amazonas (UFAM), Bahia (UFBA), Santa Catarina (UFSC) e Fluminense (UFF). A capacitação, totalmente on-line e sem tutoria, tem 80 horas de aulas que devem ser concluídas em até 100 dias para que o certificado seja emitido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Qualquer pessoa interessada pode se inscrever servidor público ou não.

Vem bem ao encontro da proposta deste texto, que é essencial ter um número cada vez maior de pessoas com capacitação em geoinformação. “Precisamos dessa habilidade para qualificar os dados de localização dos imóveis da União”, explicou Fernando Bispo, secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da União. De acordo com o secretário, atualmente não existe no mercado capacitação semelhante nesse formato. “É uma grande contribuição da SPU oferecer o curso gratuitamente para um público tão grande”, comemorou.

E digo mais: é de suma importância à qualificação de um número cada vez maior de pessoas em Geotecnologias e afins, pois o mercado é carente de tais profissionais recente matéria no site MundoGeo a Women in GIS Brasil busca trazer para os holofotes uma discussão e avaliação do mercado de trabalho para aqueles que estão seguindo ou pretendem seguir uma carreira dentro da área de Geotecnologias, eles propuseram uma pesquisa rápida, e são otimistas diante de uma perspectiva de aquecimento do setor, combinado com a ascensão da Indústria 4.0. Números de 2017 apontam grande valor de faturamento do setor de GIS, Aerofotogrametria, Observação da Terra, Agricultura de Precisão, entre outros relata o artigo que destaca ainda que os serviços que envolvem Geotecnologias e Drones movimentaram R$ 1,5 bi e geraram 100 mil empregos, apenas em 2019.

Curiosidade no uso de geotecnologias – SP: Shopping entre duas cidades ficará ‘meio aberto’ com flexibilização.

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