Operação Spolia: Políticos e empresários se envolvem com milícia em esquema de invasão de terrenos na região dos lagos


Nesta quarta-feira, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) coordenou uma operação para combater um grupo armado que vinha expulsando moradores de seus terrenos em um município da Região dos Lagos. Este grupo, com o auxílio de uma empresa imobiliária sediada em Campo Grande, na Zona Oeste da capital, revendia as propriedades usurpadas. A operação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da 127ª DP (Búzios) e do 25º BPM (Cabo Frio).

Diversos itens foram apreendidos durante a operação, incluindo uma espingarda calibre 12, munição calibre 12, duas motosserras sem licença utilizadas para causar danos ambientais, documentação referente a negociações imobiliárias encontrada nas residências dos alvos e quatro telefones celulares. Este material será de grande importância para a denúncia que o MP pretende mover contra o grupo.

O promotor Rafael Dopico, da 1ª Promotoria de Justiça de Búzios, informou que a quadrilha vem atuando há dois anos e já expulsou moradores de ao menos oito terrenos na Baía Formosa. Documentos encontrados indicam que as propriedades eram vendidas por valores variáveis, de R$ 30 mil a R$ 60 mil, parcelados.

De acordo com o promotor Dopico, o grupo criminoso aliou-se a uma empresa de Campo Grande para promover a venda dos terrenos:

— Nossa pesquisa revelou que a referida empresa tem um histórico de atividades em áreas invadidas por milicianos. Acreditamos que este grupo armado se uniu à milícia de Campo Grande após invadir os terrenos — declarou o promotor.

Parte do material apreendido durante a operação contra grupo armado que invade terrenos em Búzios — Foto: MPRJ / Reprodução

Um indicativo forte dessa conexão é uma foto do ex-deputado Natalino José Guimarães em um dos terrenos invadidos. Natalino é acusado de fundar, junto com seu irmão Jerônimo Guimarães Filho, uma das maiores milícias do estado, baseada em Campo Grande.

A operação, batizada de Spolia, que significa usurpação de posse em latim, foi realizada pelas 1ª e 2ª Promotorias de Justiça de Búzios. Além da venda de terrenos invadidos, a quadrilha é acusada de desmatar vegetação nativa e utilizar documentos falsificados.

Os alvos da operação incluíram empresários, seguranças e corretores. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos membros da quadrilha em Búzios e Cabo Frio, além da sede da empresa de venda de terrenos e a residência de um dos sócios em Bangu.

Além deste caso, o Ministério Público também investiga invasões em praias e parques estaduais de Búzios e Cabo Frio, incluindo o Parque Estadual da Costa do Sol.

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