MPF denuncia ‘operador-chave’ da organização criminosa de Cabral por sonegar R$ 5 milhões, inclusive a compra de apartamento por R$ 300 mil em resort de Búzios

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-assessor do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, Ary Ferreira da Costa Filho, por crime contra a ordem tributária. Ele omitiu informações e prestou informações falsas no pagamento do imposto de renda que sonegavam mais de R$ 5,2 milhões.

Ary Costa Filho omitiu a aquisição de um apartamento de R$ 300 mil em resort de Búzios. Além disso, três apartamentos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, nos valores de R$ 1.446.071,64, R$ 2.350.000,00 e R$ 1.900.000,00.

Ary Ferreira é considerado pelos procuradores da força-tarefa como “um dos operadores financeiros mais importantes” da organização chefiada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

As declarações fraudulentas eram relativas ao ano calendário de 2011. A Delegacia da Receita Federal apurou que Ary Ferreira omitiu e prestou informações falsas às autoridades fazendárias.

Os trabalhos de auditoria começaram após denúncias contra ele na Operação Lava Jato, que indicou a ocultação de patrimônio. Os investigadores observaram que aconteceu uma evolução patrimonial desproporcional ao informado em suas declarações de imposto de renda.

RELAÇÃO COM CABRAL

A proximidade entre Ary Filho e Cabral começou em 1996 com sucessivas nomeações para assessorar o político na Assembleia Legislativa. Depois da Alerj, foi nomeado para o cargo de assessor no Senado Federal em 2004 e no Governo do estado em 2007 e 2010.

O assessor especial do ex-governador pediu sua exoneração em julho de 2010 e retornou ao cargo em outubro, após a campanha à reeleição. Ele se manteve no cargo no governo Pezão, e pediu exoneração depois do oferecimento da denúncia pela Operação Calicute.

ARY COSTA FILHO PRESO

Em 2017, Ary Ferreira da Costa Filho teve a prisão decretada pela Justiça. No mesmo ano, ele foi denunciado junto com o ex-governador Cabral como resultado da Operação Eficiência.

Ainda em 2017, ele foi denunciado novamente como resultado da Operação Mascate. As investigações apontaram que Ary Filho e outro ex-assessor de Cabral, Carlos Miranda, cometiam lavagem de ativos usando a LRG Agropecuária e as concessionárias de automóveis Eurobarra e Americas Barra.

Em 2018, ele foi denunciado outras vezes, no esquema envolvendo a Fecomércio e, por corrupção, envolvendo os contratos da Seap. Em outubro de 2020, o TRF2 fixou a pena de mais de 24 anos de prisão para Ary Ferreira referente à Operação Mascate.

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