Pelo menos 15 barracas de ambulantes instaladas em uma praça em frente ao Terminal Rodoviário Alexis Novellino, em Cabo Frio, começaram a ser removidas nesta terça-feira (25/02). A ação provocou indignação entre trabalhadores e parte da população, que enxergam na medida mais um exemplo de perseguição aos trabalhadores informais sem a oferta de alternativas dignas de sustento.
Críticas apontam que, mais uma vez, o governo do prefeito Dr. Serginho (PL) utiliza suas ferramentas midiáticas para convencer a população de que está agindo corretamente e cumprindo a lei. No entanto, ambulantes afetados pela retirada afirmam que estão perdendo seu ganha-pão sem que lhes sejam oferecidas outras opções de trabalho, aumentando a sensação de desamparo.
Há também a percepção de que os trabalhadores estão sendo prejudicados para privilegiar grupos políticos influentes. Moradores questionam se a fiscalização atua com o mesmo rigor em relação a castas políticas, oligarquias e outros setores que dominam a política de Cabo Frio. A acusação é de que o peso das leis recai com mais força sobre os mais vulneráveis.
A prefeitura informou que está cumprindo uma determinação judicial para desocupação do terreno no Parque Riveira, que é particular. Isso inclui as barracas instaladas no local, que deverão ser remanejadas para outro espaço a ser definido. O processo judicial envolvendo o terreno se arrasta há anos na Justiça e já passou por diversas gestões. Os ambulantes foram notificados sobre a retirada em novembro do ano passado.
A Secretaria de Segurança e Ordem Pública realizou um cadastramento dos ambulantes e, a partir desta quarta-feira (26), eles serão chamados individualmente para discutir um acordo. A prefeitura reafirmou que está sensível e comprometida em apoiar os trabalhadores locais, garantindo que suas atividades sejam mantidas de forma regularizada.
Entretanto, os ambulantes temem que as promessas não se concretizem e que fiquem sem uma fonte de renda. “Mais uma vez, trabalhadores são perseguidos e veem seu sustento ser retirado sem que lhes deem alternativas reais de trabalho”, desabafou um dos comerciantes afetados.
A situação expõe um conflito entre o cumprimento de decisões judiciais e a necessidade de assegurar meios de subsistência para os trabalhadores informais. A comunidade cobra da gestão municipal ações mais efetivas que conciliem a legalidade com a proteção dos cidadãos que dependem do comércio informal.
O caso reacende o debate sobre políticas públicas inclusivas e o papel do poder público em oferecer soluções que não ampliem as desigualdades sociais. A população de Cabo Frio aguarda por medidas concretas que demonstrem compromisso com todos os segmentos da sociedade, especialmente os mais vulneráveis.