Irmão do ex-prefeito de Saquarema é preso em flagrante por posse ilegal de arma durante operação contra fraude tributária | Região dos Lagos


O preso vai responder por posse ilegal de arma de fogo. Na casa dele foram apreendidos uma espingarda, US$ 1 mil, R$ 12 mil e 400 euros.

Espingarda foi apreendida na casa do irmão do ex-prefeito de Saquarema durante operação — Foto: Divulgação/MPRJ

Antônio César foi levado para a delegacia de Maricá. Ele também era alvo de busca e apreensão na operação.

Quando entrou na viatura da Polícia Civil, Antônio César foi questionado sobre as supostas fraudes e afirmou ser inocente.

“Eu não sou acusado de nada. Eu não tenho esquema nenhum e não participo de nada disso. Nunca participei”, disse.

Ele também falou sobre a arma apreendida.

“Era uma espingarda velha que era do meu sogro. Era pra entregar na delegacia quando ele morreu, só isso”.

Segundo a denúncia do MPRJ, ele é sócio de uma empresa de contabilidade que presta serviços a uma das empresas envolvidas na fraude, o que corroboraria o conluio dos núcleos político-empresarial e esportivo-empresarial para a prática dos crimes de fraude.

Ainda segundo a denúncia, além de oferecer o suporte contábil para as empresas envolvidas no esquema, o Antonio Cesar Alves tinha outros negócios, dos quais auferia vantagens financeiras corroboradas pela movimentação financeira apurada.

A Operação Desmico é contra a suspeita de uma fraude tributária milionária em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio.

Segundo a força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil do RJ, em dois pequenos escritórios em Saquarema funcionavam mais de mil empresas-fantasma que usufruíam de benefícios fiscais ilegais concedidos pelo então prefeito Antonio Peres Alves, em leis complementares.

Dentre as empresas investigadas, funcionavam no local firmas que recebiam valores da CBV para a prestação de serviços que nunca foram realizados.

A 10ª Vara de Saquarema expediu 14 mandados de busca e apreensão. A Justiça determinou também o bloqueio de R$ 52 milhões dos envolvidos. Não há pedidos de prisão.

Alguns dos alvos de buscas são:

  • Ary Graça Filho, ex-presidente da CBV e presidente da Federação Internacional de Voleibol (FIVB);
  • A sede da CBV, na capital fluminense;
  • A Cidade do Vôlei, em Saquarema;
  • Antonio Peres Alves, ex-prefeito de Saquarema;
  • Manoela Peres, atual prefeita de Saquarema e mulher de Antonio;
  • Fabio André Dias Azevedo, ex-superintendente da CBV e atual diretor-geral da FIVB.

Os agentes fizeram buscas na casa da prefeita Manoela Peres e levaram documentos. O ex-prefeito não foi encontrado pelos agentes. Segundo Manoela, eles se separaram recentemente, por isso ele não foi encontrado no endereço.

As investigações ficaram a cargo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, da Polícia Civil fluminense.



Fonte: G1