Família de pescador morto em lancha desaparecida recebe ajuda internacional

Moradores da cidade de Trairi, no Ceará, os familiares de Wilson Martins dos Santos montaram uma rede familiar para agradecer a ajuda financeira que receberam para custear o traslado do corpo do pescador, morto após o desaparecimento da lancha O Maestro, que seguia do Rio de Janeiro para Fortaleza.

“Estou tão feliz, mesmo neste momento, porque eu jamais pensei que a gente fosse receber tanto carinho. Se a gente pudesse, iria na casa de cada um que nos doou. Mas é muita gente, de vários lugares e não podemos. A gente agradece, estamos ligando e mandando mensagens de texto. É gratidão pro resto da vida”, conta Glécia Marcolino dos Santos, filha da vítima, em entrevista ao Metrópoles.

Segundo ela, após a divulgação do caso, mensagens, ligações e até doações internacionais chegaram para ajudar a família de Wilson, formada pela esposa, os cinco filhos e quatro netos. “Muita gente de todo o Brasil ajudou e tivemos até ajuda internacional. Conseguimos pagar tudo, o traslado e o retorno do meu irmão, que foi ao Rio reconhecer o corpo. O corpo do meu pai chega às 17h desta terça-feira (9/2) em Fortaleza graças a essa ajuda”, agradece Glécia.

Ainda segundo a jovem, Wilson aceitou viajar para realizar um sonho antigo: andar de avião e navegar pela costa brasileira. “Assim que o senhor Ricardo, um dos líderes da viagem, avisou que havia comprado a passagem, ele ficou ansioso, estava feito criança feliz. Todas as vezes em que nos falamos, ele falou da felicidade que sentia. Repetia que gostou demais do avião”, lembra a filha.

De acordo com Glécia, na última conversa que teve com o pai ela fez uma promessa, que faz questão de garantir que vai cumprir: “Meu último recado pra ele é que eu o amo muito e que nunca vou abandonar minha família, como ele me pediu. Ele me ligou e disse: ‘não deixe sua mãe só’. Eu quero dizer a ele que vou cumprir a promessa que fiz”, completa, emocionada.

A polícia ainda busca os restos da lancha O Maestro e outras três pessoas desaparecidas. O corpo de Wilson foi localizado pela Marinha próximo a Cabo Frio, junto com a segunda vítima já identificada, Ricardo José Kirst, de 53 anos.

A TRAGÉDIA

O grupo formado por cinco amigos começou a viagem no dia 26 de janeiro, quando partiu do Iate Clube Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. Com problemas técnicos no motor e nas bombas, a embarcação teve que fazer uma parada para reparos na Urca, ainda no Rio de Janeiro. Dois dias depois, os homens seguiram viagem rumo ao Nordeste. O último contato da tripulação foi no dia 30 de janeiro, próximo ao Farol de São Tomé, nas proximidades de Cabo Frio, Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Desde então, a Marinha faz buscas à procura da lancha e dos cinco amigos.

Todas as nossas reportagens estão em constante atualização. Quem entender (pessoas físicas, jurídicas ou instituições) que tem o direito de resposta acerca de quaisquer de nossas publicações, por ter sido citado ou relacionado a qualquer tema, pode enviar e-mail a qualquer momento para [email protected]