Ex-chefe do Ministério da Saúde no Rio transferiu R$ 1,9 milhão à GAS, suspeita de movimentar bilhões em ‘pirâmide’

Ex-chefe do Ministério da Saúde no RJ transferiu R$ 1,9 milhão à GAS, suspeita de movimentar bilhões em ‘pirâmide’Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em posse da CPI da Pandemia aponta que Jonas Roza, ex-superintendente do Ministério da Saúde, depositou R$ 1,9 milhão para a GAS Consultoria Bitcoin.

A empresa é suspeita de movimentar bilhões em um esquema de pirâmide financeira. Ao todo, foram 20 depósitos de Jonas Roza para a empresa de Glaidson Acácio dos Santos, que foi preso.

Na casa de Gladison, que foi mantido preso nesta sexta-feira, mais de R$ 15 milhões em espécie foram apreendidos.

O ex-superintendente da pasta agora é analista de gestão em Saúde, segundo o Portal de Transparência do governo federal. O último salário disponível dele foi de R$ 16.257,91, em junho.

De acordo com o RIF, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) suspeita de crimes financeiros da empresa de GAS Consultoria Bitcoin e de lavagem de dinheiro.

Glaidson prometia aos clientes uma rentabilidade fixa mensal de 10%, o que seria impossível de ser cumprido a longo prazo de acordo com especialistas.

“Hoje em dia, no cenário atual, se falar em rendimento de 10% ao ano é furada. Se falar em 10% ao mês então, é golpe na certa. A taxa que regula investimentos é a Selic, que atualmente é de 4,25% ao ano”, alerta o professor de Economia Daniel Souza, comentarista da GloboNews.

Pedido da CPI

O pedido do Relatório de Inteligência Financeira (RIF) de Jonas Roza foi apresentado à CPI da Covid pelo senador Humberto Costa (PT-PE).

A finalidade da investigação contra Roza, inicialmente, era descobrir suspeitas sobre os hospitais federais do Rio.

Durante a gestão de Roza, uma empresa foi contratada para prestar serviços ao Hospital de Bonsucesso sem licitação e funcionários chegaram a denunciar o processo licitatório.

Com base nisso, o senador petista recorreu à CPI.

“É crucial aprofundar as investigações, com vistas a identificar se o modus operandi descortinado em relação ao governo do estado do Rio de Janeiro também ocorreu em âmbito federal, especialmente nas contratações efetuadas com recursos do Ministério da Saúde”, defendeu o senador na ocasião.

O que diz Jonas Roza

A reportagem entrou em contato com Jonas Roza por telefone, mas ele não atendeu as ligações e nem respondeu as mensagens enviadas. À Folha, ele disse que sua vida financeira é declarada no imposto de renda. “Todas as movimentações financeiras para o assunto em questão foram na qualidade de cliente”.

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  • Fonte: Portal G1
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