Ensino 100% presencial está com dias contados, diz CEO da Universidade Veiga de Almeida

A Ilumno, holding que reúne as Universidades Veiga de Almeida (Rio) e Unijorge (Bahia), está abrindo processo seletivo para quatro cursos híbridos de graduação, inaugurando um novo modelo que combina aulas presenciais e remotas — e que reflete as transformações provocadas pela pandemia do Coronavirus no ensino superior privado.

— A demanda do ensino presencial não vai voltar para o que era antes. Acredito que em 5 a 10 anos o ensino 100% presencial deixará de existir — diz o CEO da Ilumno, José Maria de Vasconcellos e Sá. No curto prazo, o modelo híbrido — que tem um preço mais acessível que o presencial, mas mais elevado que o Ensino a Distância puro — é uma tentativa de compensar parte da perda da receita do ensino presencial durante a pandemia. — A pandemia sacudiu o mercado, provocou quem tinha preconceito com o ensino virtual e evidenciou a parte boa, que é a liberdade para assistir de novo uma aula, onde e quando o aluno quiser — diz o executivo.

Com as aulas presenciais proibidas de acontecer na maior parte do ano, as universidades viram uma migração da demanda do presencial para o EaD. Na Ilumno, as matrículas de meio do ano dos cursos de EaD cresceram mais de 30%, em linha com a média do mercado. Volume insuficiente, porém, para compensar uma queda de 40% a 50% nas matrículas do ensino presencial.

A Covid-19 apenas acelerou uma tendência que já vinha acontecendo nas universidades. No ano passado, pela primeira vez o EaD superou o presencial na rede privada, com 50,8% das matrículas, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Considerando universidades públicas e privadas, 43,8% das matrículas no ensino superior no Brasil foram de cursos EaD. Dez anos antes, em 2009, o EaD representava apenas 16,1% das matrículas.

Na falta de uma classificação formal para o ensino híbrido no MEC, os novos cursos, que combinam aulas teóricas a distância e aulas em laboratórios e atividades em grupo presenciais, são registrados como EaD no MEC.

Hoje para ser classificado como EaD, é preciso oferecer pelo menos 70% de aula virtual. Nos cursos presenciais, o MEC já permite, desde o final do ano passado, uma carga horária remota de até 40%. Até então, nenhum curso com mais de 20% de carga horária remota poderia ser classificado como presencial. Os novos cursos híbridos serão oferecidos para as disciplinas de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Fisioterapia e Educação Física, com 200 vagas cada, nos campus da Veiga de Almeida na Tijuca, Barra e Cabo Frio. A universidade já prepara novos cursos híbridos de graduação para o 2o semestre de 2021 e para o ano letivo de 2022.

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Fonte: Jornal O Globo
Fotos: divulgação