Com nota de R$ 200, real ganha cédula de novo valor pela primeira vez em 18 anos




Nova nota aparece no mesmo contexto que suas antecessoras de R$ 2 e R$ 20: reduzir a demanda pelas notas de R$ 100 em momento que dinheiro vivo passou a circular mais na economia. Banco Central anuncia que vai lançar cédula de R$ 200, no fim de agosto
A criação da nota de R$ 200 anunciada nesta quarta-feira (29) pelo Banco Central faz parte de uma história de raras mudanças na gama de cédulas de real desde o início de circulação da moeda. Trata-se de um novo valor pela primeira vez desde 2002.
Há 18 anos, era lançada a nota de R$ 20, último lançamento de quantia em nota no país. Um ano antes, em 2001, surgiu a nota de R$ 2. No meio tempo, houve a aposentadoria da nota de R$ 1, em 2005.
Em comum, os lançamentos de cédulas têm um mesmo objetivo: diminuir as transações feitas com dinheiro vivo, economizando com impressão de papel moeda.
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Para o lançamento das notas de R$ 2 e R$ 20, o Banco Central havia realizado estudo que indicava redução de mais de 30% no uso de cédulas com os novos valores. A lógica é simples: sem a nota de R$ 20, eram necessárias quatro notas de R$ 10 para chegar a R$ 40.
A nota de R$ 200 aparecem em contexto parecido. Neste mês, o governo teve um gasto extra de R$ 437 milhões para impressão de cédulas, com o objetivo de imprimir R$ 100 bilhões adicionais em dinheiro de papel.
De acordo com a área econômica, a crise do novo coronavírus foi um dos motivos para o aumento da procura. A pandemia levou as pessoas a “entesourarem” recursos em casa, ou seja, manter reserva em cédulas.
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Outro motivo apontado é a necessidade de fazer frente ao pagamento do auxílio emergencial – estimado em mais de R$ 160 bilhões considerando as cinco parcelas aprovadas.
Boa parte dos beneficiários, sobretudo os de menor renda, preferiu sacar o benefício em espécie. Apenas segundo números da Caixa Econômica Federal, mais de 20 milhões de saques foram feitos até essa quarta-feira.
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Brasília É o Bicho/Divulgação
Lobo Guará
O animal escolhido para a nova nota, o lobo guará, foi o terceiro colocado em uma pesquisa feita pelo Banco Central em 2000. A instituição perguntou à população quais espécimes da fauna gostariam de ver representados no dinheiro brasileiro.
O primeiro lugar foi a tartaruga marinha, usada na cédula de R$ 2. O segundo, o mico leão dourado, incorporado na cédula de R$ 20.
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Reprodução/TV Morena
Segunda família do real
Uma grande mudança nas cédulas de real foi anunciada em 2010. Passaram a circular as notas da “segunda família do real”, modelos novos com elementos de segurança mais modernos e fáceis de verificar.
Os cédulas tinham novas marcas táteis e cada valor teria um tamanho diferente para facilitar a identificação dos valores. Guido Mantega, o ministro da Fazenda à época, disse que os novos modelos de notas também auxiliariam na “internacionalização” da moeda brasileira.
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As cédulas de R$ 50 e R$ 100 foram as primeiras a serem substituídas e começaram a circular no fim de 2010. Em meados de 2012, começaram a circular as novas notas de R$ 10 e R$ 20. Já no meio de 2013, foram colocadas em circulação as notas de R$ 2 e R$ 5.
Além da dificuldade de substituir toda o dinheiro vivo em circulação, o Banco Central foi questionado à época pelo custo maior das notas da nova família em relação às anteriores. A nota de R$ 100 chegava a custar 37% mais para ser feita.
“É nossa responsabilidade manter elevado padrão das cédulas em circulação e minimizar falsificações. No momento atual, as falsificações são pequenas. Mas, para o cidadão comum, receber nota falsa representa prejuízo”, declarou o então diretor de Administração do BC, Altarmir Lopes.
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Fonte: G1