Clube da Esquina ganha decisão favorável em processo movido por 'meninos' da icônica capa do vinil




Processo começou a correr em 2012, quando eles argumentam ter tomado conhecimento de que foto estampava uma das mais consagradas capas da música brasileira. Disco Clube da Esquina, de Milton Nascimento e Lô Borges
Fred Bottrel/ TV Globo
A Justiça decidiu por extinguir um processo movido por José Antônio Rimes e Antônio Carlos Rosa de Oliveira, os “meninos” da icônica capa do vinil “Clube da Esquina”, contra os artistas envolvidos na obra. Eles pediam indenização por danos morais e materiais e o fim do uso da imagem.
A decisão, da 1ª Vara Cível de Nova Friburgo (RJ), entendeu que houve prescrição — ou seja, a ação judicial foi extinta pelo tempo decorrido. O disco foi lançado pelos artistas mineiros em 1972.
O processo foi movido contra Milton Nascimento, Lô Borges e Ronaldo Bastos, a gravadora EMI Music do Brasil e a editora Abril. Procurados pelo g1, nenhum deles se posicionou sobre o assunto.
Já os advogados que representam “os meninos” dizem, em nota, que vão recorrer da decisão. Argumentam não ter havido prescrição, já que a imagem continua sendo utilizada de forma contínua, seja em relançamentos de discos e livros, bem como nas plataformas digitais de música.
Completam, ainda, que a sentença ainda não apreciou alguns dos pedidos e fundamentações apresentados pelos advogados.
O impasse
O processo foi movido por José Antônio Rimes, o “Tonho”, e Antônio Carlos Rosa de Oliveira, o “Cacau”, em 2012. Na ocasião, eles foram procurados para uma reportagem do jornal “Estado de Minas”, em homenagem aos 40 anos do disco.
Os dois contam que só naquele momento descobriram que a foto deles era usada na icônica capa do disco. Eles procuraram a Justiça pelo fato de não ter havido pagamento e nem autorização do uso da imagem.
A reportagem de 2012 chegou a recriar a foto da capa do álbum, no mesmo local que foi tirada em 1971, em clique memorável do fotógrafo Túlio Santos.
Capa do disco Clube da Esquina
Divulgação/Cafi
A história
A foto foi tirada em 1971, nas redondezas de Nova Friburgo, onde os meninos moravam.
À Justiça, os dois contaram que, na ocasião, passou por ali um Fusca com dois ocupantes: o compositor Ronaldo Bastos e o fotógrafo Carlos da Silva Assunção Filho, o “Cafi”. Eles chamaram os meninos e pediram para que olhassem em sua direção.
A foto foi tirada de dentro do carro e, no ano seguinte, se tornou capa do vinil Clube da Esquina, que viria a se tornar um dos mais lendários discos da música brasileira.
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