Caos na Saúde de Cabo Frio sobrecarrega Hospitais de municípios vizinhos

CABO FRIO – A persistente e alarmante crise na saúde pública de Cabo Frio demonstra uma preocupante falta de progresso sob o comando do atual prefeito, Dr. Serginho (PL). Decorridos quase 100 dias de seu governo, a prometida melhora para a sofrida população cabofriense na área da saúde não se materializa, resultando em uma sobrecarga insustentável para os sistemas de saúde dos municípios vizinhos, que se veem obrigados a absorver a demanda não atendida em Cabo Frio.

A extensão da crise é escancarada pelas declarações de autoridades dos municípios limítrofes. O prefeito de Búzios, Alexandre Martins, revelou um dado estarrecedor: aproximadamente 40% dos atendimentos realizados na rede pública de saúde de seu município são destinados a pacientes de Cabo Frio. A Secretaria de Saúde de Búzios corrobora essa informação, indicando que cerca de 40% dos leitos do Hospital Municipal Rodolpho Perisse estão atualmente ocupados por cidadãos da cidade vizinha, buscando em Búzios o atendimento médico que lhes é precariamente oferecido em sua própria localidade.

A situação em Arraial do Cabo não é menos crítica. O Secretário de Saúde do município, Jorge Diniz, em participação em um programa de rádio local, confirmou que Arraial do Cabo também tem acolhido um número significativo de pacientes provenientes de outras cidades da região, com um fluxo notável de pessoas vindas de Cabo Frio. Essa migração forçada de pacientes ilustra a incapacidade da gestão de Dr. Serginho em solucionar os problemas crônicos da saúde em seu próprio município, transferindo o ônus e a pressão para as cidades vizinhas.

A “comemoração” dos 100 dias de governo pelo Dr. Serginho deveria ser um marco para a apresentação de avanços significativos, especialmente em uma área tão sensível como a saúde. No entanto, o que se observa é a continuidade das mesmas reclamações que assolam o sistema há tempos: a exasperante demora na marcação e liberação de exames básicos, a espera de meses por consultas médicas, a persistente falta de insumos essenciais para o atendimento, o desabastecimento de medicamentos cruciais e a carência de médicos especialistas em diversas áreas. Diante desse cenário desolador, os cidadãos de Cabo Frio são compelidos a buscar tratamento e alívio para seus problemas de saúde em Búzios e Arraial do Cabo, expondo a ineficácia e a inação da administração local.

É importante ressaltar que, sob o decreto de estado de calamidade financeira do município – uma medida que teoricamente deveria facilitar a alocação de recursos emergenciais para áreas prioritárias –, a gestão de Dr. Serginho já celebrou contratos emergenciais milionários, inclusive na área da saúde. Contudo, a realidade vivenciada pela população de Cabo Frio contradiz qualquer expectativa de melhoria. Segundo relatos dos próprios moradores, o sistema de saúde permanece em um estado de caos, sem que as vultosas cifras investidas em contratos emergenciais se traduzam em benefícios concretos para o atendimento à população.

A sobrecarga imposta aos sistemas de saúde de Búzios e Arraial do Cabo não é apenas um problema administrativo; reflete o sofrimento de inúmeros cidadãos de Cabo Frio que têm seu direito fundamental à saúde negligenciado pela inércia da gestão Dr. Serginho. A incapacidade de apresentar soluções efetivas para os problemas estruturais da saúde local, mesmo diante de recursos emergenciais disponíveis, levanta sérias questões sobre a competência e o comprometimento da atual administração com o bem-estar da população, deixando um rastro de frustração e indignação não apenas em Cabo Frio, mas também nos municípios vizinhos que arcam com as consequências de sua ineficácia.