Boato sobre suposta prisão de Dr. Serginho pela PF agitou Cabo Frio nesta sexta-feira

A política fluminense vive dias de forte apreensão com os desdobramentos da “Operação Teatro Invisível”, deflagrada na última semana pela Polícia Federal. A investigação, que mira um suposto esquema de fraude em licitações, lavagem de dinheiro e financiamento ilegal de campanhas, pode se configurar como um dos maiores escândalos recentes envolvendo políticos e empresários no Estado.

Um dos alvos centrais da ofensiva foi Davi Perini Vermelho, o “Didê”, atual presidente do Instituto Rio Metrópole e nomeado pelo governador Cláudio Castro. Didê, que segundo informações gerenciava um orçamento de cerca de R$ 500 milhões (parte oriunda da venda da CEDAE), teve sua mansão em um condomínio de luxo em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, vasculhada pelos agentes federais.

No entanto, a operação teve ramificações diretas em Cabo Frio. O prefeito do município, Dr. Serginho (PL), que até o ano passado era o líder do governo Castro na ALERJ, também figura entre os investigados, tendo sua residência na cidade sido alvo de um mandado de busca e apreensão na mesma operação da semana passada.

Boato Recente Aumenta Tensão em Cabo Frio

O fato de o prefeito já ser um investigado oficial na “Teatro Invisível” criou um ambiente de alta expectativa e especulação na cidade. Esse clima culminou, nesta sexta-feira, 25 de abril de 2025, em um forte boato que circulou intensamente, especialmente na orla da Praia do Forte: o de que Dr. Serginho teria sido preso pela Polícia Federal.

A notícia não confirmada gerou manifestações de euforia e intensas discussões entre moradores e frequentadores da praia, refletindo a tensão gerada pela investigação em curso. É importante frisar que, até o fechamento desta reportagem, não houve qualquer confirmação oficial por parte da PF, da Prefeitura ou de representantes do prefeito sobre a suposta prisão, tratando-se, portanto, de um boato que ganhou força no contexto da operação da semana anterior.

Detalhes Sombrios e Possíveis Delações

Durante as buscas na mansão de Didê, popularizada nas redes como a “Mansão da Suruba”, a PF encontrou vídeos de festas com conteúdo sexual explícito, que já circulam online e foram noticiados nacionalmente. Além disso, foram apreendidas listas com nomes de frequentadores desses encontros, que incluiriam figuras públicas proeminentes: estima-se que até 20% dos deputados da ALERJ, secretários de Estado, parlamentares federais e outros prefeitos fluminenses possam estar implicados.

A investigação também aponta que o grupo teria tentado destruir provas após a primeira fase da operação. O esquema, segundo a PF, envolveria o uso de recursos ilícitos para abastecer um caixa dois visando as campanhas eleitorais de 2024.

Como resultado das investigações, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 3,5 bilhões em contas bancárias dos investigados e a suspensão das atividades de oito empresas supostamente envolvidas.

Para adicionar mais combustível à crise, fontes próximas a Didê indicam que ele estaria disposto a colaborar com a justiça, tendo afirmado: “Não vou sozinho, entrego todo mundo”. Essa sinalização de uma possível delação premiada aumenta ainda mais a apreensão no meio político.

A Polícia Federal continua as investigações da “Operação Teatro Invisível”, que promete abalar significativamente as estruturas de poder no Estado do Rio de Janeiro.