Atuando na Bolívia, Willie relata a rígida quarentena contra o coronavírus


A Bolívia vem adotando medidas drásticas para tentar retardar o avanço da pandemia de coronavírus no país. Neste domingo, 29, o ministro da Saúde Aníbal Cruz comunicou o primeiro falecimento pela movid-19 no país. No último dia 12, foi declarado estado de emergência nacional, com suspensão de aulas e fechamentos de fronteiras. Agora, os cidadãos só podem sair de casa uma vez por semana, sob pena de multa e até mesmo, prisão.

Jogador de um dos clubes mais tradicionais do país, o The Strongest, o atacante brasileiro Willie Barbosa relata as dificuldades trazidas pela restrição. “A presidente (interina, Jeanine Áñez) determinou que o último número da sua carteira de identidade indica o dia que você pode sair. No meu caso, é sexta-feira”, conta. “Posso ir ao mercado, à farmácia ou ao banco, únicos lugares abertos no país, mas só entre 7h e 12h. Fora isso, tenho que estar em casa”.

A quarentena se encerraria em 4 de abril, mas já foi prorrogada para o dia 15. Morando sozinho em La Paz, Willie acredita na medida. “Eu acho que é uma forma legal de evitar o contato com muita gente. Sabemos que (a doença) se espalha por meio desse contato, então temos acatado a determinação”. A família do jogador retornou ao Brasil antes do fechamento das fronteiras.

O futebol, assim como no resto do mundo, está parado na Bolívia. A 10ª rodada do campeonato nacional foi a última disputada. Sem poder treinar, Willie segue as instruções passadas à distância pelos preparadores do The Strongest.”Tomamos as precações do dia a dia e recebemos uma planilha de trabalhos para fazermos em casa”, resume o atleta de 26 anos, que está no país desde o início do ano.

Na sua última partida, Willie marcou duas vezes na vitória por 3 a 0 sobre o Oriente Petrolero, chegando a quatro gols em oito partidas pelo Strongest. Antes de viajar para o país, ele atuou pelo Vitória (BA), Vasco (RJ), América-MG, Atlético-GO, Bragantino (SP) e Ceará. Na Europa, atuou na Romênia, Grécia e Suíça. Em 2019, defendeu o CRB (AL) antes de se transferir para o time boliviano.

“Estamos esperançosos, como todos, para que se encontre logo uma cura (para o novo coronavírus) e a gente possa voltar à vida normal, de trabalho, de luta. Dias melhores virão, isso não vai durar para sempre”, diz o jogador, que, pelas redes sociais, pede apoio de fãs e torcedores às medidas de saúde adotadas na prevenção à pandemia: “Quarentena não é férias. Vamos respeitar os procedimentos dos órgãos de saúde, porque essa batalha também é responsabilidade nossa”.

* Com Agência Brasil



Fonte: Jovem Pan