Viagem de carro: Bento Gonçalves, a capital do vinho


viagem de carro
Claudio Larangeira

A vacinação vai avançando, e as pessoas começam a viver e planejar a vida no “novo normal”. Ainda é cedo para declarar o fim da pandemia, então o ideal é evitar o avião e optar por uma viagem de carro. Selecionamos aqui um roteiro para curtir com a família a bordo do seu carro, conhecendo as belezas e os vinhos — e o frio — da região de Bento  Gonçalves. Não se esqueça de fazer uma revisão no carro antes de ir (veja aqui algumas dicas).

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Claudio Larangeira

Em 1875, os primeiros imigrantes italianos chegavam à região de Bento Gonçalves e já traziam na bagagem mudas de videiras. Vindos principalmente da região norte da Itália, eles se instalaram em uma localidade chamada Cruzinha e começaram a plantar os primeiros parreirais, dando ao local o nome de Dona Isabel. Com seu clima bem definido e bastante semelhante ao de algumas localidades da Itália, a região de Bento Gonçalves logo se destacou na produção de uvas e vinhos. Hoje, nessa parte montanhosa do nordeste gaúcho estão as melhores vinícolas do Brasil, responsáveis por nada menos que 90% da produção nacional da bebida.

As principais atrações da cidade, considerada a capital brasileira do vinho, só poderiam mesmo ser as vinícolas, claro. Mas a culinária tradicional italiana e a hospitalidade de seu povo também são marcantes nesta viagem de carro. A cidade conta com uma excelente estrutura hoteleira para quem faz uma viagem de carro, tanto na região central quanto nas colônias mais afastadas, e há inúmeros restaurantes e cantinas.

CAMINHOS DE PEDRA

Em 1870, foram demarcados 200 lotes para abrigar os primeiros colonos italianos que chegaram à região. O local onde toda essa história começou fica no início dos Caminhos de Pedra, na localidade de Barracão. Não deixe de visitar o Restaurante Nona Ludia, a Casa do Tomate, a Casa da Ovelha, a Cantina Strapazzon e a Casa da Erva Mate. No final desse roteiro, percorrendo cinco quilômetros por uma estrada de terra, chega-se ao Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, o maior templo religioso do Sul do Brasil. A devoção a essa santa foi trazida pelos colonos italianos, que se instalaram em Farroupilha. No dia 26 de maio, no mesmo dia que a santa apareceu a uma camponesa no norte da Itália, milhares de fieis comparecem ao Santuário.

Claudio Larangeira

VALE DOS VINHEDOS

No Vale dos Vinhedos convivem algumas pequenas propriedades rurais, pertencentes aos descendentes dos primeiros colonos, com grandes empresas que contam com parcerias internacionais. São mais de 30 vinícolas, a maioria com a oferta de visitas guiadas. Nesses passeios, é possível passear pelos parreirais e conhecer os processos de fabricação e envelhecimento do vinho em tonéis de carvalho, além de degustar e comprar a bebida, é claro. Algumas dessas visitas são comandadas por um enólogo – especialista que acompanha todo o processo de produção, desde o plantio da uva até a comercialização. Há também a possibilidade de visitas especiais, mais detalhadas e personalizadas, além da realização de cursos nos quais os alunos ficam hospedados na própria vinícola.

Claudio Larangeira

MARIA FUMAÇA

Antes da viagem de trem, recomendamos um retorno ao passado no Parque Temático Epopeia Italiana. Um emocionante espetáculo de som e luz conta a história real de um casal de imigrantes italianos desde a saída da Itália até a chegada ao Brasil. A viagem feita num trem puxado por uma locomotiva a vapor pode sair de Bento Gonçalves ou Carlos Barbosa, passando por Garibaldi. Durante o percurso de 23 quilômetros, percorrido em duas horas, são servidos vinhos, sucos, espumantes e queijos. Em Garibaldi e Carlos Barbosa, os turistas são recepcionados por danças típicas italianas e gaúchas. O passeio é organizado pela Giordani Turismo e a volta é feita de ônibus.

Claudio Larangeira

OFF ROAD

Há um interessante caminho para viagem de carro 4×4 que passa pelo Roteiro Caminhos de Pedra (leia mais aqui), pelas trilhas do município de Pinto Bandeira e a Cascata Véu de Noiva.

ANTÔNIO PRADO

Exatos 94 quilômetros ao norte de Bento Gonçalves, no caminho para quem vai para o Rio de Janeiro, São Paulo ou Curitiba, Antônio Prado foi a última colônia da imigração italiana e, por ficar em um local mais distante e com estradas ruins, acabou isolada do resto do Estado. Isso acabou ajudando a população a preservar ainda mais suas tradições, seus dialetos, seus costumes e suas construções. Em 1990, foram tombados e declarados Patrimônio Histórico e Artístico Nacional nada menos que 48 casarões da cidade. Em 1995, com as filmagens do filme O Quatrilho em suas ruas, a cidade ficou conhecida em todo o Brasil.

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Fonte: Motor Show