Stellantis: saiba quem é o herdeiro discreto que assume como CEO da dona da Fiat, Jeep e Peugeot


Com a recente saída do CEO da Stellantis, Carlos Tavares, quem assumiu a liderança da gigante do setor automotivo foi um herdeiro discreto.

+Renúncia de CEO, queda das vendas e concorrência chinesa; entenda os problemas da Stellantis

John Elkann passará a liderar tanto a Stellantis quanto a Jeep, mas de forma interina. A empresa comunicou que o processo para nomear o novo presidente “está bem encaminhado, gerenciado por um comitê especial, e será concluído no primeiro semestre de 2025”.

Elkann irá chefiar um comitê executivo interino.

Ele está vinculado a uma dinastia italiana associada à Juventus, à Ferrari e à revista The Economist.

Com 48 anos, Elkann é bilionário e administra o patrimônio da família Agnelli na figura de presidente-executivo da Exor – empresa que é uma holding com participações no clube de futebol italiano, na revista e nos negócio de carros.

A Exor tem uma participação societária de 14% na Stellantis.

Apesar de estar vinculado à negócios da Itália, o magnata nasceu em Nova York, nos Estados Unidos.

Em meados de 2004 ele assumiu liderança nos negócios da família e na Fiat, um ano após a morte de seu avô e patriarca da família, Gianni Agnelli.

Durante sua carreira ele supervisionou negócios, incluindo a aquisição de uma participação na Chrysler pela Fiat em 2009 e a fusão com a Peugeot em 2021 para então formar a Stellantis.

Ele está diretamente vinculado com a criação da Fiat, já que em 1899 foi seu tataravô, Giovanni Agnelli, fundou a montadora na cidade de Turim.

“Nossa família está no mercado há muito tempo e superou guerras, revoluções, crises e pandemias”, disse Elkann à Forbes em uma ocasião.

Sua fortuna ficou próxima dos US$ 2 bilhões entre 2021 e 2023, segundo a revista americana. Neste ano saltou para US$ 2,6 bilhões, o deixando na posição 1.362 dentre as pessoas mais ricas do mundo.

Infância no Brasil e no Reino Unido

Elkann passou sua infância no Reino Unido e no Brasil, e depois disso foi para Paris, onde obteve um título de bacharel científico. Posteriormente, estudou engenharia em Turim, na Itália.

Ele sempre manteve um perfil discreto e longe dos holofotes. Durante sua carreira, teve como líder de referência Sergio Marchionne, que foi CEO da Fiat no passado e fez a companhia dar uma volta por cima.

Giuseppe Berta, ex-diretor dos arquivos da Fiat, disse à AFP que desde que Elkann ’emergiu da sombra’ de Sergio Marchionne, se afirmou como um líder empresarial relevante, fazendo o legado da família prevalecer.

Entrou cedo no mundo dos negócios e capitaneou fusão com a Peugeot

Elkann é filho do escritor e jornalista franco-italiano Alain Elkann e da filha de Gianni Agnelli, Margherita.

Com o falecimento do seu primo Giovanni Alberto Agnelli e sendo educado por seu avô, Elkann passou a integrar o conselho de diretores da Fiat quando tinha apenas 21 anos.

Antes disso, realizou um estágio na fabricante de componentes Magneti Marelli, no Reino Unido, também participou das linhas de montagem do Fiat 500, na Polônia, e integrou a área de vendas na França.

Quando seu avô faleceu em 2003, Luca Cordero di Montezemolo assumiu a presidência da montadora escolheu Elkann como ‘número dois’ da empresa.

Mais tarde, teve contato com o executivo que foi sua referência, Marchionne. Nessa época manteve proximidade com o processo de compra de participação da Fiat na Chrysler.

Um anos após isso, assumiu como presidente da Fiat Chrysler.

Durante sua gestão, negociou com a Peugeot para uma fusão, que não ocorreu. Frustrado, passou a negociar com a Renault em meados de 2019, mas logo voltou a dialogar com a Peugeot, conseguindo enfim uma fusão em 2021 que deu origem à Stellantis.

Por conta dessa fusão e de outras decisões no âmbito de fusões e aquisições, recebeu o apelido de “Jaki, o Conquistador” pela imprensa da Itália.

Dentre as marcas detidas pelo grupo estao:

  • Abarth
  • Alfa Romeo
  • Chrysler
  • Citroën
  • Dodge
  • DS Automobiles
  • Fiat
  • Jeep
  • Lancia
  • Maserati
  • Opel
  • Peugeot
  • RAM
  • Vauxhal

Saída do CEO da Stellantis

Tavares deixou o cargo no dia 1º de dezembro, um ano antes do previsto, por decisão do Conselho de Administração da empresa.

De acordo com o diretor independente sênior da companhia, Henri de Castries, “o sucesso da Stellantis desde sua criação se baseou em um alinhamento perfeito entre os acionistas de referência, o conselho e o CEO. No entanto, nas últimas semanas, diferentes visões surgiram, o que resultou na decisão de hoje do conselho e do CEO”, afirmou, em nota à imprensa.

Elkann divulgou um comunicado sobre a decisão.

“Para o bem da Stellantis, chegamos ao ponto em que nossos caminhos tiveram que se separar”, disse em uma mensagem de vídeo aos funcionários do grupo, acrescentando que a decisão do conselho de administração de dispensar Tavares foi “unânime”.



Motor Show