O poder de reação da Honda é realmente incrível. Ano passado a Yamaha apresentou a Fazer FZ25 ABS de cara nova, uma moto recheada de predicados, belo visual e preço competitivo. Porém, a líder de mercado tem sempre uma carta na manga, um ‘zap’, para trucar a concorrência. Foi dessa forma que a ‘nave mãe’ apresentou a CB 300F Twister. A nova versão traz design radical, que lembra a nova Hornet 750, que você também viu aqui no MinutoMotor. O modelo conta com motor maior, mais potente, mais torcudo e mais econômico. Isso sem falar na adoção da embreagem deslizante e assistida. A moto ganhou novo curso da suspensão traseira que passou de 108mm para 120mm. Destaque também para o pneu Diablo Corsa III, que oferece excelente aderência em piso molhado. No seco, cola como chiclete.
Bom, antes de entrar na questão da pilotagem, alguns aspectos dever ser ressaltados. Primeiro: o desenho da nova Twister foi feito no Brasil. Nunca na história da Honda um esquete/desenho se personalizou de forma tão real quanto na nova Twister. Ponto para os designers e engenheiros brasileiros. De ‘CGzona’, a 300 conta agora com identidade própria, de visual moderno. A street conta com iluminação Full Led, painel 100% digital – com indicador de marcha, conta-giros e outras múltiplas funções -, porta USB na lateral do painel, assento bipartido, escapamento esportivo e um protetor na parte de baixo do motor que deixou a Twister ainda mais radical.
O motor e toda a ciclística está ancorado em um chassi Diamond – tubular em aço, de dupla trave, que abraça o propulsor, um OHC, monocilíndrico, 293,5cc, arrefecido a ar, de comando simples no cabeçote (SOHC) e quatro válvulas. Em relação à versão anterior, o novo motor teve um ganho de 15,5% a mais de torque se comparado ao modelo anterior.
Um dos segredos foi o aumento do diâmetro, de 71mm para 77mm, que conferiu, respectivamente, aumento da capacidade cúbica e torque, que agora chega antes. Ou seja, um ganho para o sistema de alimentação e exaustão do motor. Já o curso se manteve o mesmo: 63mm. Outra novidade boa foi a adoção da embreagem assistida e deslizante, que, resumidamente, diminui o esforço de acionamento de manete, as marchas entram com mais facilidade e não deixa o motor dar aquele ‘tranco’ em uma redução mais brusca, sem travar a roda traseira. Que confere mais conforto na pilotagem.
O novo motor flex – evolução da CB 250F Twister lançada em 2015 – conta com potência máxima de 24,7 / 24,5 cv a 7500 rpm (Etanol / Gasolina) e torque máximo de 2,60 / 2,61 Kgf.m a 5500 rpm (Etanol / Gasolina). Este propulsor traz radiador para refrigerar o óleo, embreagem multidisco em banho de óleo e o sistema de transmissão conta com câmbio de seis velocidades.
Mas e na prática? Para este test-ride a Honda resolveu levar os jornalistas para a região de São José dos Campos (SP), num percurso total de 160 quilômetros. Os primeiros quilômetros foram em circuito urbano. De cara a posição de pilotagem é bem agradável: tronco a frente e pedaleiras recuadas. O piloto veste bem a moto, isso em função do novo desenho do tanque de combustível. Posição bem mais encaixada se compararmos com a sua irmã mais velha, a CB 500F. Como em uma autêntica naked, a nova Twister se mostrou bastante ágil e oferece força de sobra para largar na frente dos carros quando a luz do semáforo fica verde.
Depois, a trupe de jornalistas seguiu por via rápidas com, por exemplo, as rodovias Carvalho Pinto e dos Tamoios. Em sexta marcha e motor cheio, a nova CB 300F Twister chegou a marcar 145 Km/h. Em velocidade de cruzeiro, 120 km/h, a rotação do motor cravou 7.250 rpm e consumo na casa dos 32 Km/l. Ou seja, a autonomia é superior a 400 quilômetros. Dá, em tese, para rodar entre São Paulo (SP) e Curitiba (PR) sem abastecer.
Mas a diversão começou mesmo quando o roteiro passou pelas estradinhas sinuosas e de mão simples da região de Salesópolis e Paraibuna. Ali a moto estava em seu habitat natural. Em função das mudanças no motor, nestes trechos mais travados a Twister rodava em quarta e quinta marchas, só usando o torque, com aceleradas vigorosas nas saídas de curvas e reduzidas sem sustos, em função da embreagem assistida e deslizante. Ou seja, trocas de marchas pontuais e muita diversão nesta montanha russa da Serra da Mantiqueira.
A ciclística bem acertada deixou a moto ainda mais equilibrada e segura. Na dianteira suspensão tradicional com garfo telescópico, com tubos de 41mm – mesma medida adotada na CB 500F – 130mm de curso e freio a disco com 276 mm de diâmetro. Já na traseira: monoamortecedor, com dupla mola, 120mm de curso (era 108mm na versão anterior) e disco com 220 mm de diâmetro. A versão avaliada contava com freio ABS de dois canais e cáliper de pistão duplo na dianteira. Apesar de não ser invertida e não oferecer ajustes, o conjunto se mostrou bastante firme e confortável, capaz para copiar as imperfeições do piso com propriedade.
Outro elemento que ajudou muito nesta tarefa foi a adoção dos pneus Pirelli Diablo Corsa III – 110/70-17 (D) e 150/60-17 (D), sem câmara – que foram calçados nas rodas de liga leve aro 17 polegadas. Os pneus – mais largo na traseira – contam com características esportivas, literalmente, grudavam nas curvas mais fechadas e alguns pilotos-jornalistas – como eu – até se sentiram muito à vontade para pendular e inclinar a Twister nas curvas mais radicais. Quase chegamos ao limite de inclinação. E eu nem sou ‘piloto’. Na chuva, a moto se manteve sempre no trilho, sempre bem equilibrada. Motinho intensa, recheada de novidades e que neste primeiro contato pode transmitir uma boa experiência do que o motociclista receberá…. Diversão e segurança!
A moto apresenta tanque de combustível de 14,1 litros, peso seco de 139 quilos e garantia de três anos. São três opções de cores: Cinza metálica e vermelha, ambas com freios combinados (R$ 18.900), além da dourada e vermelha, na versão ABS (R$ 19.800). Na prática, as motos são vendidas pela rede Honda entre R$ 20.550 (CBS) e R$ 21.500 (ABS). É a lei da oferta e procura. Sua principal concorrente, a Yamaha Fazer FZ25 ABS tem preço público sugerido de R$ 21.490.
Fonte: Portal R7
