Procon se posiciona sobre falha em câmbio AT de Jeep e Fiat


câmbio automático Renegade

Para o Procon-SP, embora não seja caso de recall, o manual dos modelos deveria trazer informações mais claras para evitar a falha no câmbio AT 

Após diversos relatos de proprietários sobre falha no câmbio automático de veículos das marcas Fiat e Jeep, o Procon-SP questionou a Stellantis sobre a questão. A empresa, porém, “negou a existência de defeito no câmbio/trocador de calor dos veículos Fiat Argo, Cronos, Toro, Jeep Renegade e Compass ou irregularidades por parte da montadora e informou que o problema decorre de falta ou manutenção inadequada por parte dos proprietários”, informou o Procon-SP em nota.

A empresa foi oficialmente notificada pelo Procon-SP em dezembro do ano passado para explicar sobre os problemas no sistema de arrefecimento, devendo prestar esclarecimentos sobre o carro e detalhar a quantidade de atendimentos realizados nas suas concessionárias, quais medidas foram adotadas e qual foi o motivo para o problema não ter sido tratado como recall.

“Após a análise da resposta encaminhada pela Fiat, apesar de não ter sido feita uma análise técnica de um engenheiro ou uma perícia nos veículos sobre a questão específica, o Procon-SP conclui que a informação contida no manual do veículo sobre possibilidade de surgimento de problemas decorrentes do uso de um fluído de arrefecimento diferente daquele original de fábrica com um aditivo não recomendado deveria ser mais claro e objetivo”, completa a nota.

Essa ação pode causar risco de corrosão ou desgaste prematuro, de modo que o alerta deveria ser explicado de forma mais clara para o cliente, em conformidade com o que determina o Código de Proteção e Defesa do Consumidor.

O Procon-SP afirma que, de acordo com a empresa, dos 450.810 veículos que se encontravam dentro da garantia em 2020 no Brasil, 302 foram atendidos em razão do problema. Em 2021, dos 502.493 veículos em garantia, 207 foram atendidos pelo mesmo motivo.

Para o órgão, não se trata de um caso de recall, que se caracteriza por problemas que gerem risco à saúde e à segurança. Porém, uma campanha poderia ser feita para corrigir a falha na informação sobre o uso correto do produto e os riscos de não seguir essas recomendações.

“Não se pode descartar que o número de registros apresentados pelas reportagens é considerável e que as alegações de mau uso da montadora não são comprovadas”, explica a nota divulgada pelo Procon-SP. Agora, segundo o órgão de defesa, o caso será encaminhado para uma equipe de fiscalização para análise mais aprofundada e eventuais providências.

Foto: Divulgação



Fonte: Revista Carro