SUV aposenta motor 2.0 aspirado e adota 1.6 turbo, com mais cavalos e que consome menos combustível. Visual também está renovado para brigar com o líder Volkswagen T-Cross. Creta Ultimate 1.6T 2025
André Fogaça/g1
O novo Hyundai Creta foi revelado pela montadora coreana nesta segunda-feira (7), em uma versão reestilizada para brigar pelo topo da lista de SUVs mais vendidos do Brasil. São cinco versões, que partem de R$ 141.890 e chegam a R$ 189.990.
O Creta foi o segundo SUV mais emplacado no Brasil no acumulado até setembro deste ano, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Com 48.937 unidades vendidas, ele persegue o líder Volkswagen T-Cross, que teve 55.362 emplacamentos.
Para aquecer as vendas, a Hyundai reestilizou o SUV e o deixou mais moderno. Investiu também em equipamentos e ficou mais potente. (veja abaixo os detalhes)
“A expectativa é que a gente continue subindo nossa participação de mercado — não como a subida exponencial de 2017. Há novos entrantes no segmento, mas temos força para continuar aumentando volume e share do Creta”, comenta Alberto Hackerott, gerente-sênior de produto da Hyundai Motor Brasil.
Hackerott aposta na força da marca da Hyundai para fazer o Creta chamar atenção até em um mercado com modelos híbridos ou elétricos, com alguns chegando em um patamar de preço muito próximo.
“O Creta já está estabelecido no mercado, então a gente tem um cliente muito fiel que vê valor na marca. Não enxergamos as montadoras que apostam no híbrido como ameaça, mas como uma oportunidade para desenvolver novos modelos”, complementa.
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Creta Ultimate 1.6T 2025
Versões
Creta Comfort 1.0T: R$ 141.890;
Creta Limited 1.0T: R$ 156.490;
Creta Platinum 1.0T: R$ 172.690;
Creta N Line 1.0T: R$ 182.090;
Creta Ultimate 1.6T: R$ 189.990.
Novo design
O Creta mudou completamente a dianteira, com linhas retas na grade e iluminação diurna (DRL) em um desenho que liga as laterais do veículo. O carro pode ser configurado com setas sequenciais também em LED.
Na traseira, a linha de LED também conecta as laterais do Creta. O ponto negativo continua com a posição da luz de ré no para-choque. Ela ficou centralizada em um único ponto de iluminação, que pode prejudicar a visualização no dia a dia.
O motor Kappa 1.0 TGDI continua presente, com potência máxima 120 cv, torque em 17,5 kgfm e aceleração de 0 a 100 em 11,6 segundos. Ele equipa as quatro versões iniciais do Novo Creta.
O conjunto é flex e reduziu o consumo de combustível em cerca de 6%, segundo a Hyundai. Os números reportados são os seguintes:
Etanol: 8,4 km/l na cidade e 9 km/l na estrada;
Gasolina: 12 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada.
Creta Ultimate 1.6T 2025
André Fogaça/g1
A principal mudança de motorização é a aposentadoria da versão 2.0 aspirada, para dar lugar a um motor 1.6 turbo na versão topo de linha Ultimate.
É o mesmo conjunto da Tucson: motor Gamma II 1.6 TGDI, que gera 193 cv de potência e 27 kgfm de torque. A versão 2.0 aspirada alcançava 157 cv e 19,2 kgfm quando abastecido com gasolina.
A nova configuração entrega mais cavalos de potência e também ajuda a reduzir o consumo de combustível. Mas aí entra um problema: o novo motor do SUV é movido apenas a gasolina.
Ao g1, a Hyundai disse estar acompanhando o mercado, e que notou que o público-alvo da versão 1.6 turbo não é tão afetado pela falta da opção flex para o Creta topo de linha.
“A depender da demanda, a gente consegue modificar facilmente o motor para uma versão flex. Até para encaixar o novo Creta em futuras regulações do governo”, diz Alberto Hackerott.
Quanto ao consumo de combustível, estes são os números:
Gasolina: 11,9 km/l na cidade (contra 11,1 km/l do 2.0) e 13,5 km/l na estrada (contra 12,4 km/l).
Fotos internas do Creta Ultimate 1.6T 2025
Mudanças por dentro
Na parte interna, o visual do painel também foi refeito e está mais moderno. São duas telas de 10,25 polegadas, sendo a primeira para a central multimídia e a segunda para os instrumentos.
Esse é um ponto de evolução do Novo Creta, já que o painel de instrumentos agora oferece mais informações e dados sobre o carro. Ganharam mais espaço os ponteiros digitais para velocidade e conta-giros, além de entregar consumo em tempo real com mais clareza.
A área de visualização do painel de instrumentos também dá mais destaque para o sistema que mostra os carros identificados pelo piloto automático adaptativo.
O novo Creta entrega auxílios como sistema de freio automático de emergência, piloto automático adaptativo, sistema de manutenção do carro na faixa, alerta de ponto cego e também de tráfego cruzado.
No teste, é perceptível que os itens evoluíram e estão mais precisos, identificando mesmo os carros e pedestres mais distantes.
Se o visual mudou bastante, o espaço interno foi praticamente mantido. O porta-malas segue com 422 litros e só é menor que o Corolla Cross (com 440 litros) se comparado aos principais concorrentes.
A distância do entre-eixos, que determina o espaço interno para passageiros, também não mudou e mantém os 2,610 metros. Não é mais espaçoso que Volkswagen T-Cross (4,1 centímetros extras), que Nissan Kicks (1 centímetro extra), que Peugeot 2008 (2 centímetros extras) e que o próprio Toyota Corolla Cross (3 centímetros extras).
Ainda assim, o conforto para quem vai no banco traseiro não foi deixado de lado. A área para as pernas do passageiro da segunda fileira é boa. Dificilmente se aperta com o banco do motorista, salvo motorista e passageiro muito altos.
O cliente que escolhe o Creta consegue cinco anos de acesso gratuito ao Bluelink, um serviço de operação remota do carro que permite encontrá-lo em tempo real no mapa, acionar o ar-condicionado e verificar se as portas estão fechadas, por exemplo.
O sistema também oferece assistência 24 horas e também meios para a recuperação do veículo. Toda a gestão do automóvel é feita por um aplicativo de celular e a comunicação acontece com chip 4G, já inserido no Creta. É um conforto diferente, disponível em poucos modelos do segmento.
Creta poderia ser mais potente
A versão do carro avaliada pelo g1 é a mais completa, a única com motor 1.6 TGDI. Para um motor turbo, a resposta ao pé no acelerador não empolgou, mesmo quando configurado no modo esportivo.
Por outro lado, a suspensão chamou atenção por não ser tão macia quanto nos carros asiáticos. Passando o veículo na faixa zebrada da pista, foi possível sentir o solavanco — não de forma dura, mas com maior resposta que um BYD, por exemplo.
Este detalhe garante ao Creta uma sensação mais esportiva, mesmo em um carro sem qualquer apelo para este tipo de público e sem aerodinâmica para altas velocidades. É um ponto positivo, pois não remove o conforto de um carro feito para suportar bem o asfalto brasileiro.
No final das contas, o Creta realmente ficou mais bonito, potente e econômico, mas poderia ir além.
Itens de série e equipamentos
O novo Creta chega ao Brasil em cinco versões, todas com motor turbo e transmissão automática em câmbio banhado a óleo.
A primeira é chamada de Comfort 1.0T e conta com:
Rodas de 16 polegadas e liga-leve;
DRL em LED;
Luz ambiente em LED;
Painel de instrumentos digital;
6 airbags;
Acendimento automático dos faróis;
Sensor de estacionamento traseiro;
Vidros elétricos;
Câmera de ré;
Chave com comandos remotos;
Piloto automático;
Central multimídia de 8 polegadas.
A seguinte é a Limited 1.0T, com:
Rodas de 17 polegadas e liga leve;
ADAS, como freio automático de emergência e sistema de manutenção do carro na faixa;
Carregador de celular por indução;
Ar-condicionado digital de duas zonas;
Retrovisor rebatimento elétrico;
Bluelink.
Seguindo, a Platinum 1.0T conta com:
Teto solar panorâmico;
Painel de instrumentos digital com 10,25 polegadas;
Central multimídia com 10,25 polegadas;
Bancos em couro;
Câmeras em 360 graus;
Sensor de estacionamento dianteiro;
Piloto automático adaptativo;
Câmera para monitoramento de ponto cego;
Freio de estacionamento eletrônico;
Seletor de modo de condução.
A N Line é a seguinte, ainda com motor 1.0 turbo, adicionando:
Conjunto óptico totalmente em LED;
Faixa horizontal do DRL em LED;
Setas sequenciais
Bancos de couro exclusivos.
A mais completa é a Ultimate 1.6T, que troca o motor para o 1.6 turbo e adiciona:
Rodas de liga-leve de 18 polegadas;
Mais sistemas de auxílio ao motorista;
Retrovisor eletrocrômico;
Banco do motorista com ajustes elétricos.
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