Kwid E-Tech: como anda o elétrico mais barato do Brasil?


Durante os eventos de lançamentos dos carros, nós jornalistas podemos experimentar os carros em locais diferentes. Quer seja em paisagens paradisíacas do Nordeste ou em pistas de corrida famosas. Mas nada foi mais adequado e divertido do que pegar o pequenino Renault Kwid E-Tech em um kartódromo.

A Renault convocou um grupo de jornalistas para experimentar o carro elétrico mais barato do Brasil no famoso kartódromo de Aldeia da Serra e foi bem mais divertido do que deveria. As dimensões compactas do Kwid e a força instantânea do motor elétrico fizeram da experiência algo bem condizente com a pista.

Elétrico 1.0

Mas como o Kwid elétrico anda? Bem…muito mais parecido com o modelo 1.0 do que achei que seria. Os números são bem parecidos entre eles: 61 cv e 11,5 kgfm de torque no elétrico contra 67 cv e 10 kgfm no flex. A diferença está na entrega dessa força.

Renault Kwid E-Tech [Auto+ / João Brigato]
Renault Kwid E-Tech [Auto+ / João Brigato]

O E-Tech acelera instantaneamente e de maneira lisa, enquanto o Kwid flex coloca toda força em seu pequeno três cilindros que grita e vibra muito para entregar tudo que tem de si. É notável que o elétrico não parece se esforçar tanto para acelerar, ao contrário do modelo 1.0 produzido no Brasil.

Dinamicamente, porém, há diferenças. A direção do Kwid elétrico é bem mais leve, mais até do que deveria. Essa, talvez, seja a crítica mais forte ao modelo, que merecia um acerto mais firminho como o presente no Duster. Ser leve demais com um carro que tem torque rápido e forte, faz ele ficar um pouco inseguro. Mas não bobo como outros elétricos de tração dianteira.

Renault Kwid E-Tech [Auto+ / João Brigato]
Renault Kwid E-Tech [Auto+ / João Brigato]

Como as baterias estão concentradas na parte inferior do Kwid elétrico, seu centro de gravidade desceu. Isso tornou o modelo mais ágil e centrado nas curvas. A Renault também soube calibrar bem os controles de tração e estabilidade, que permitem abusos e vão controlando o carro aos poucos, ao invés de cortar toda a força bruscamente.

O contato foi breve para entender como é a absorção da suspensão em terrenos difíceis ou se a autonomia será suficiente na vida real. Mas a Renault declara que fez alterações no conjunto de molas e amortecedores para o Brasil. Além disso, as baterias de maior capacidade rendem até 298 km de autonomia, se rodar só na cidade. Em ciclo misto, vai até 265 km.

Renault Kwid E-Tech [Auto+ / João Brigato]
Renault Kwid E-Tech [Auto+ / João Brigato]

Jogo dos sete erros

O Renault Kwid E-Tech é produzido na China, mesmo país que fornece o pequenino elétrico para a Europa. Com isso, algumas diferenças pontuais em relação ao modelo brasileiro foram apresentadas. Ele tem parte superior do painel em cinza claro, enquanto o nosso é todo em preto. Já o volante veio da Dacia, com quatro aros, diferente do usado no Sandero aqui.

Há também regulagem de altura dos faróis por um roto no canto do painel, que mais parece mesmo o botão para ligar as luzes. As saídas de ar não têm acabamento brilhante como no Brasil, mas o Kwid elétrico tem vidros elétricos traseiros e botões na parte inferior do console os quais o brasileiro jamais sonhou em ter.

Renault Kwid E-Tech [Auto+ / João Brigato]
Renault Kwid E-Tech [Auto+ / João Brigato]

Vantagem no nosso modelo é a central multimídia que é maior, mas o carro elétrico mais barato do Brasil tem Android Auto e Apple CarPlay, pelo menos. Outro item que o nosso Renault não tem, mas esse novo elétrico traz é sensor de ré e um botão para abrir o porta-malas diretamente pela tampa traseira.

E vale um detalhe para todos aqueles que amam criticar o Renault Kwid na internet: o elétrico tem roda com quatro furos! O flex segue com três furos, mas agora tem opção de rodas de liga-leve, ao contrário do E-Tech que traz calotas. De resto, Kwid elétrico e Kwid flex se diferenciam apenas por detalhes na grade frontal e para-choques.

Veredicto

Além de ser o carro mais barato do Brasil na versão Zen, o Renault Kwid agora é o carro elétrico mais barato do nosso país. Ou talvez menos caro, pois R$ 142.990 ainda são cifras altas par um carro tido como popular. O país ainda não tem estrutura suficiente para carros elétricos, mas o Kwid E-Tech pode ser o primeiro passo para mudar isso com sua popularização.

Com possibilidade de ser carregado em casa, ele não é para o mesmo público do modelo flex. É para pessoas com dinheiro, que já tem dois ou três carros, mas que precisam de uma alternativa elétrica para o dia-a-dia. Quer seja para economizar ou para ser mais amigável com o meio ambiente.

[Auto+ / João Brigato]
[Auto+ / João Brigato]

Com as mesmas qualidades e defeitos de seu irmão flex, o Renault Kwid elétrico é mais divertido do que teria direito de ser e menos basicão do que se esperaria pelo título que tem. Aliás, ser o carro elétrico mais barato do Brasil é um posto que está melhor representado pelo Kwid E-Tech do que estava com o JAC E-JS1.

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Fonte: Revista Carro