A Audi entrou numa nova fase no Brasil: outra identidade visual, força nos elétricos, mudanças de nomes. Vieram, nesse lote, Q8 e-tron, Q6 e-tron, A6 e-tron, além desse Novo A5. Ele, inclusive, se fundiu com o A4 para virar um só carro: é meio sedan, meio sportback, meio coupé, justamente para unir as qualidades de A5 Sportback e A4 Sedan. Esses compartilhavam plataforma, mecânica, interior e equipamentos, apostando em carrocerias diferentes (o A5 tinha “roupa de festa chique”).
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Novo A5: bom custo X benefício
De qualquer forma, passado enterrado. Nessa nova fase, a Audi fez um “2 em 1” e apostou forte na relação custo X benefício do Novo A5: custa R$ 380 mil em versão única, a Performance S com tração integral. Considerando que um A3 Sedan pode chegar aos R$ 350 mil, o A5 pode ser uma ótima pedida por R$ 20 mil extras. Custa menos que BMW Série 3 topo de linha ou Mercedes Classe C, também.
A bordo do Novo A5
Conheci essa novidade da Audi na estrada. Por conta do trajeto de test-drive, não foi possível guiá-lo na cidade, mas, como passageiro, ficou claro o bom nível de conforto e silêncio para encarar o trânsito urbano. Nem mesmo os pneus de perfil baixo (245/35) ou as rodas de aro 20 fizeram com que o A5 perdesse pontos na maciez. Em contrapartida, ele segue com as suspensões de curso mais curto, que privilegiam a dinâmica de condução, mas sofrem um pouco no nosso piso esburacado. Nesse ponto, lembra mais o antigo A5 do que o A4.
Enquanto passageiro, antes de assumir o volante, tive a oportunidade de me sentar na frente, onde o banco convence muito pela ergonomia, e os comandos são fáceis. Depois, passei para trás: ali, o espaço para as pernas e cabeça é amplo, lembrando o finado A4 Sedan, e saindo na frente do A5 Sportback, que era mais acanhado na traseira. Ainda assim, a renovada plataforma modular, com entre-eixos de quase 2,90 m, não livrou o novo Audi do gigante túnel central, que toma espaço de um quinto ocupante na segunda fileira.

Mas, ele não está ali em vão. Serve para passar o eixo cardã, que leva força também para as rodas traseiras: a inteligente tração quattro, integral permanente, é quase um “Santo Graal” para motoristas que curtem curvas rápidas, direção esportiva e, principalmente, condução com o máximo de aderência ao solo. Com a tração quattro, tirar o A5 de trajetória é uma missão bem difícil: ele parece estar sempre sobre trilhos, e continua surpreendendo pela condução segura e precisa.

2.0 turbo mais potente
Finalmente, o 2.0 turbo a gasolina (EA-888), veterano, pôde liberar sua cavalaria. Até então, nos antigos A4 e A5, ele contava com razoáveis 204 cv, nada além. Agora, porém, sobra: 272 cv de potência e, principalmente, saudáveis 40,8 mkgf de torque a baixíssimos giros (começa em 1.600 rpm). Por mais que tenha engordado, o Novo A5 conta com muita força disponível, elevando consideravelmente sua performance.

O 2.0 turbo desperta cedo, e é atiçado pela esperta caixa automatizada de dupla embreagem e sete marchas, a S Tronic, recalibrada e com casamento ainda mais fiel ao motor. Só para que se tenha uma ideia, embora pesasse cerca de 130 kg a menos, a antiga geração do A5 demorava 7,2 segundos na prova de 0 a 100 km/h. Essa nova cumpre o mesmo desafio em 5,9s. Bravo!

No test-drive rodoviário, em cerca de 25 km percorridos, ficou clara a evolução do modelo médio da Audi. O novo interior, com grandes telas para painel e multimídia, envolve ainda mais o motorista, e se aproxima de um cockpit de carro de corrida. A direção precisa e ágil, bem como os freios responsivos, seguem como esperados na marca das Quatro Argolas.
Além disso, é claro, não poderia faltar o posto de condução baixíssimo, onde o motorista vai “abraçado” pelo painel, console, laterais de portas e afins. Mesmo sem ser híbrido, o sedan conseguiu média de 13 km/l de gasolina no percurso, com três a bordo. Maneirando o pé e no modo de condução mais econômico, mas fez.

Nova base, novo carro
A nova plataforma modular PPC, sucessora da MLB Evo da geração anterior, deixa todo o conjunto mais acertado, especialmente no que tange solidez de rodagem e impressão de um carro mais maduro, ainda que o modelo seja novidade por aqui. Mostrou a evolução de um carro (ou dois de uma só vez), sem perder a essência.

De quebra, é o melhor Audi dessa “nova era” até o momento: os demais, totalmente elétricos, tem as típicas limitações de autonomia, que não o afetam. Seu tanque tem 56 litros e, graças a vários postos de gasolina pelo caminho, ele chega bem mais longe que qualquer e-tron, totalmente elétrico.

E mesmo com todas as qualidades da nova plataforma, novas tecnologias, nova identidade visual, novos acertos mecânicos e nova geração, ainda sai por um preço competitivo, coisa que a Audi não andava tendo por aqui…
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