Filme, parceria com a Disney e compra da MotoGP; onde quer chegar a dona da Fórmula 1?


A americana Liberty Media, dona da Fórmula 1 desde 2017, viu a receita da categoria saltar 41% no segundo trimestre – encerrado no dia 30 de junho – para US$ 1,2 bilhão ante o mesmo período do ano anterior. Trata-se da terceira vez que a F1 gerou mais de US$ 1 bilhão em um único trimestre e a primeira vez que isso aconteceu fora do quarto trimestre.

O resultado ocorre após uma queda de 27% em receita no primeiro trimestre, para US$ 403 milhões, embora esse ainda tenha sido o segundo melhor desempenho de receita do primeiro trimestre para a Fórmula 1 desde a aquisição pela Liberty Media.

O lucro operacional do segundo trimestre disparou em 249% em relação ao ano anterior, para US$ 293 milhões neste trimestre.

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O que explica o aumento em receita da Fórmula 1?

De acordo com a dona da Fórmula 1, a Liberty Media, a maior parte da receita é derivada basicamente de promoção de corrida, direitos de mídia e patrocínio.

Filme F1

Parte desse ganho está atrelado ao filme F1, que chegou aos cinemas brasileiros no final de junho. Vale destacar que o longa arrecadou cerca de US$ 550 milhões ao redor do mundo.

“A receita de direitos de mídia cresceu devido a aumentos de ganhos contratuais, ao crescimento contínuo das assinaturas de TV da F1 e ao reconhecimento de receita única associada ao lançamento do filme da F1”, afirmou em comunicado.

Brad Pitt no circuito de Silverstone 9/7/2023
Brad Pitt no circuito de Silverstone 9/7/2023 – Foto: REUTERS/Christian Bruna

Mais corridas

A companhia explica ainda que houve nove corridas em três meses, em comparação com oito do mesmo período de 2024.

Patrocínios

A receita de patrocínios foi impulsionada pela entrada da PepsiCo, com contrato até 2030. A MSC Cruzeiros, por sua vez, estendeu seu contrato existente para o mesmo ano.

Mickey na Fórmula 1

Outro destaque foi um novo acordo de licenciamento anunciado com a propriedade “Mickey e Seus Amigos” da Disney, com início previsto para 2026. Ainda não foram divulgados detalhes, mas a colaboração deve incluir novas experiências, conteúdos e produtos relacionados aos personagens. Entretanto, a parceria entre as empresas tem como objetivo apresentar a modalidade a um público ainda mais amplo. O prazo de duração acordado para a parceria também não foi informado.

“A força global da Fórmula 1 continua a impulsionando de forma comercial e financeira, com novos parceiros e engajamento recorde dos fãs, demonstrando a amplitude e o apelo da marca. Estamos entusiasmados em iniciar nossa parceria com a equipe de gestão da MotoGP e, embora ainda estejamos em fase inicial, estamos trabalhando em estreita colaboração com eles para apoiar sua direção estratégica e acelerar o crescimento da empresa”, disse Derek Chang, Presidente e CEO da Liberty Media, à imprensa.

Mickey na Fórmula 1
Mickey na Fórmula 1 – Foto: Divulgação

Aquisição da MotoGP

Em 3 de julho de 2025, a Liberty Media concluiu a aquisição da Dorna Sports (MotoGP), detentora exclusiva dos direitos comerciais do campeonato mundial de motocicletas esportivas. Agora, a Liberty Media detém 84% da modalidade, com a administração da MotoGP retendo 16% de seus negócios. A categoria de motos foi atribuída às ações de acompanhamento do Grupo de Fórmula 1 e a contabilização inicial da aquisição ainda não está refletida nos resultados financeiros.

“Fizemos um excelente progresso desde o último trimestre em nossas prioridades declaradas, incluindo a conclusão da aquisição da MotoGP, o avanço da cisão da Liberty Live e a manutenção dos excelentes resultados financeiros e operacionais na Fórmula 1”, ressaltou Chang.

MotoGP
MotoGP – Foto: Divulgação

Popularização da Fórmula 1

A Liberty Media auxiliou a popularizar a Fórmula 1, após sua aquisição por US$ 8 bilhões em 2017. O fato se deve principalmente a dois fatores primordiais que ocorreram nos últimos anos. Um deles foi a introdução do Grande Prêmio de Miami em 2022 e o de Las Vegas em 2023 – há ainda o GP dos Estados Unidos (Circuito das Américas em Austin).

Além disso, há o fenômeno “Drive to Survive” ou “Dirigir para Sobreviver”, em português. Produzida em colaboração com a Netflix, a série documental, que conta os bastidores da categoria, alcançou o público jovem em cheio e houve uma renovação dos fãs de Fórmula 1. Com uma temporada por ano desde 2019, ao todo sete foram lançadas, com a última sendo exibida a partir de 7 de março de 2025.

A Liberty Media também reformulou a estrutura financeira da categoria, com uma divisão mais justa das transmissões e um teto de gastos para aumentar a competitividade entre as equipes.

Valor de mercado da Fórmula 1

Com tudo isso, o valor de mercado da Fórmula 1 explodiu em quase uma década. Para se ter uma ideia, em 2016 a capitalização da F1 era de US$ 1,6 bilhão em 30 de maio de 2016 e foi para US$ 23,68 bilhões em 11 de agosto de 2025, de acordo com dados do site Companies Market Cap. Isso o torna a 938ª empresa mais valiosa do mundo em valor de mercado. A capitalização de mercado é o valor total de mercado das ações em circulação de uma empresa de capital aberto e é comumente usada para mensurar o valor de uma empresa.

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