Carro Usado: Renault Sandero é espaçoso e descomplicado


O Renault Sandero estreou em 2007, derivado da plataforma do sedã Logan, para incomodar, à época, Chevrolet Corsa, Fiat Palio, Ford Fiesta, VW Gol, Citroën C3 e Peugeot 206. Ao longo de 14 anos, vieram o aventureiro Stepway (2008), o facelift em 2012, a segunda geração em 2014 e o esportivo R.S., em 2015. Na linha 2020, teve mudanças visuais e de equipamentos, e a nova geração chega em breve (já apareceu na Europa).

Hoje, enquanto uma versão Zen zero-quilômetro custa R$ 68.090, um Renault Sandero Dynamique 1.6 16V, ano 2017, sai por R$ 39.911, segundo a tabela Fipe (valores de julho, quando esta reportagem foi fechada). O modelo é um dos mais negociados no mercado de usados atualmente, pois entrega uma cabine espaçosa, uma dirigibilidade interessante e não dá dor de cabeça na hora da manutenção.

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O motor 1.6 16V SCe estreou no Renault Sandero em 2016 com bloco, cabeçote e cárter de alumínio, pistões/anéis com baixo atrito e bielas forjadas em aço. Dois bons atributos estão na robustez e na manutenção. “Há grande disponibilidade de peças. O acesso aos componentes é simples, mas os bicos injetores ficam escondidos sob uma cobertura de alumínio”, diz Luciano Felix, da BOX GT Oficina Mecânica.

“É importante ter atenção ao conjunto relé/resistência da ventoinha, pois em alguns casos a ventoinha não é acionada. E como não há o termômetro no painel, o condutor é surpreendido pela luz espia de temperatura”, comenta Felix. Outro defeito comum, segundo o profissional, aparece na direção eletro-hidráulica. “Às vezes, queima um fusível e ela perde a assistência. Mas a solução é fácil”, explica.

Sobre a experiência ao volante do Renault Sandero, Victor Arrabal, um dos proprietários consultados, diz que o desempenho do 1.6 16V comparado ao antigo 1.6 8V o surpreendeu. “Tem bom torque em baixas rotações e responde bem às acelerações”. Ele também elogia os engates do câmbio, “mas incomoda a vibração que passa para a alavanca”. Já Felipe do Amaral Pires diz que não é preciso esticar as marchas para embalar, “mas falta uma quinta mais longa ou uma sexta para deixá-lo mais silencioso na estrada”.

Outro destaque do Renault Sandero são as suspensões, “que dificilmente dão defeito”, analisa Felix. Além disso, “é um carro com boa estabilidade e dinâmica, sem abrir mão do conforto”, elogia Pires. E o espaço interno também foi elogiado. “Tenho 1,82 m e me acomodo bem devido aos bancos confortáveis; e o porta-malas me atende com folga”, diz Arrabal. Por outro lado, ele critica o acabamento, que “tem peças mal encaixadas e rebarbas”, e os controles, “pouco intuitivos”. Já Pires reclama da “simplicidade dos painéis das portas”.

Voltando à manutenção do Renault Sandero, Felix sugere atenção aos interruptores dos vidros/travas e desembaçador: “Os primeiros sofrem fadiga de uso; o último, com descargas de corrente, que acaba ‘cansando’ o contato elétrico.”

Renault SanderoRenault SanderoRenault Sandero

Pelo mesmo preço

Chevrolet Cobalt LTZ 1.8 8V 2014: R$ 38.248

Ele tem muito espaço na cabine por conta dos 4,479 m de comprimento e 2,620 m de entre-eixos, além de um volumoso porta-malas de 563 litros. O motor 1.8 associado a câmbio automático de seis marchas oferece até 108 cv de potência e 17,1 kgfm de torque (etanol). Leia a avaliação completa aqui.

Nissan March SV 1.6 16V 2016: R$ 36.239

O compacto da Nissan também tem motor 1.6 16V, porém, com 111 cv e 15,1 kgfm (g/e). Frente ao Renault Sandero, o March é bem menor, com 3,827 m de comprimento, 2,450 m de entre-eixos e apenas 265 litros de porta-malas. Leia aqui a avaliação feita à época.

Renault Kwid Zen 1.0 12V 2019: R$ 37.621

Tem airbags laterais e de cortina e o isofix para a fixação de bancos infantis, mas não é para quem quer espaço. São 3,68 m de comprimento e 2,423 m na medida entre-eixos. O porta-malas surpreende com 290 litros, e o motor tricilíndrico 1.0 rende 70 cv e 9,8 kgfm (etanol). Leia aqui mais sobre o Kwid.


FICHA TÉCNICA

Renault Sandero Dynamique 1.6 16V

Motor: quatro cilindros em linha 1.6, 16V, duplo comando de válvulas com variação na admissão Cilindrada: 1597 cm3
Combustível: flex
Potência: 115 cv (g) e 118 cv (e) a 5.500 rpm
Torque: 16 kgfm a 4.000 rpm (g/e)
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: eletro-hidráulica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,060 m (c), 1,733 m (l), 1,536 m (a)
Entre-eixos: 2,590 m
Pneus: 185/65 R15
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 50 litros
Peso: 1.053 kg
0-100 km/h: 9s8 (e)
Velocidade máxima: 185 km/h (e)
Consumo cidade: 12,8 km/l (g) e 8,6 km/l (e)
Consumo estrada: 13,4 km/l (g) e 9,2 km/l (e)
Emissão de CO2:102 g/km
Com etanol: 0 g/km
Consumo nota b
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: B (Compacto)

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Fonte: Motor Show