Avaliação: por que o Peugeot e-2008 é um elétrico a peso de ouro


Por Guilherme Silva e Flávio Silveira 

Peugeot e-2008 é vendido no Brasil desde 2023, mas ainda é uma figura bem rara em nossas ruas. E deve continuar assim. Afinal, mesmo com as melhorias da linha 2025, o SUV compacto elétrico importado da Espanha não justifica o preço de R$ 259.990 – R$ 100 mil a mais que o 2008 GT 1.0 turboflex trazido da Argentina.

Visualmente, os dois modelos são praticamente idênticos, com exceção das rodas de liga leve, de 17 polegadas no modelo a combustão e aro 18 no elétrico. No entanto, ambos ostentam a nova identidade da Peugeot, com faróis de LED e grade frontal redesenhados e o logo atualizado. As luzes de rodagem diurna, que antes remetiam aos dentes do leão símbolo da marca, foram substituídas por barras triplas em alusão às garras do felino.

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● Por dentro, o e-2008 tem acabamento mais caprichado do que o “irmão” turbinado: material macio ao toque sobre o painel e Alcantara nos bancos, por exemplo, são alguns dos refinamentos que apenas versão elétrica possui.

● O conjunto motriz também foi atualizado. Seu motor elétrico teve a potência elevada de 136 cv para 158 cv, mas o torque foi mantido em 260 Nm (para comparação, o 2008 1.0 turbo tem respectivos 130 cv e 200 Nm). O e-2008 acelera de 0-100 km/h em 8,9 segundos, desempenho mais que suficiente para um carro de proposta principalmente urbana. Ágil no trânsito, ele arranca na frente em saídas de semáforos e encara ladeiras com disposição – mas não espere a “patada” comum nos elétricos mais potentes.

● A bateria de 50 kWh garantia uma autonomia de 235 quilômetros e foi trocada por uma nova de 54 kWh, para estender o alcance a 261 km (segundo as medições do Inmetro, que consideram o pior cenário). Além disso, o “abastecimento” do e-2008 foi aprimorado e a potência que é aceita em carregadores AC passou de 7,4 kW para 11 kW. Já em instalações ultrarrápidas de corrente contínua (DC), ele manteve a capacidade de 100 kW (pouco comuns). Um carregador de 3,2 kW é vendido com o SUV para ser utilizado em tomadas convencionais, condição que leva cerca de 12 horas para recarregar a bateria.

Apesar do belíssimo visual e do bom pacote de equipamentos – com direito a ar-condicionado digital, frenagem autônoma, câmeras com visão em 360° e ACC (controle de cruzeiro adaptativo) –, o Peugeot e-2008 não me convence a considerá-lo como uma opção de compra, pois há outros elétricos com o mesmo nível de itens de série, autonomia e desempenho por menos de R$ 200 mil.

Se fosse investir num carro urbano movido a eletricidade, consideraria um GWM Ora 03 GT. Por R$ 187 mil, o hatch chinês tem acabamento mais caprichado que o do Peugeot e uma condução semiautônoma mais avançada.

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