Avaliação: Novo Hyundai Santa Fe é do tipo ‘Boxy is sexy’. Quando vai chegar?


Texto Flávio Silveira
Reportagem Mirco Magni

Com tantos H espalhados pela carroceria, logo se vê que é um Hyundai. Mas, se o nome não estivesse escrito na traseira, dificilmente se saberia que é o Santa Fe: no design, é muito diferente das gerações anteriores, algumas delas vendidas no Brasil. Agora, ele vai voltar com linhas quadradas, na moda “boxy” (com forma de “caixa”), que mistura utilitários com verdadeiros fora de estrada.

No caso deste SUV grande (segmento D) coreano, as linhas retas são mais por estilo e por praticidade, e menos uma referência ao mundo off-road: o visual é de um carro que oferece muito espaço para passageiros (até sete) e bagagem, com um porta-malas que deve se tornar referência entre SUVs na faixa de 4,80 metros de comprimento, como Toyota SW4 e Jeep Commander.

Quando chegar, será um dos raros modelos com três fileiras de bancos e motorização híbrida – ou melhor, duas: além do híbrido completo, que testamos na Coreia do Sul, há o plug-in (e um 2.5 a gasolina). A marca ainda não diz qual(is) trará ao Brasil, mas há espaço tanto para a versão a combustão quanto para as variantes eletrificadas, como mostra o mercado. Afinal, cada um deles atende a um tipo específico de uso, com suas vantagens e desvantagens.

+ Hyundai confirma Ioniq 5 e Palisade para o Brasil em 2024
+ Vídeo: Hyundai mostra teaser de Creta atualizado que pode chegar ao Brasil

Visto ao vivo, o Santa Fe causa uma impressão diferente do que nas fotos.

• É imponente, mas nem tanto – na aparência e ao volante. O 1.6 turbo a gasolina de 180 cv e o motor elétrico integrado à transmissão garantem cerca de 230 cv, e o Santa Fe se move com agilidade, apesar dos 2.225 quilos.

• Não é um esportivo, mas chega a 100 km/h em 9,5 segundos, resultado adequado à proposta. Seu consumo médio oficial é de 15,5 km/l – não muito diferente dos 14,3 km/l desse teste, com trechos urbanos e rodovias (desfavoráveis aos híbridos). Um bom resultado, também graças ao coeficiente aerodinâmico notável para um carro “quadrado”.

• As maçanetas das portas são tradicionais, mas a alça pra ajudar no acesso à terceira fila e às cargas no teto fica escondida na coluna: um dos detalhes que mostram os cuidados no desenvolvimento do SUV que reescreve os paradigmas de estilo e eleva a qualidade da marca.

Não que houvesse o que criticar antes, mas esta nova geração deu um belo salto à frente, com couros macios, mais atenção aos detalhes e um design pensado para facilitar a vida: o apoio de braços, por exemplo, é articulado, para ser usado pelos passageiros de ambas as filas, e há diversos porta-objetos, um deles até com sistema de higienização (para chaves, telefones ou carteiras).

(Divulgação)
(Divulgação)
(Divulgação)
(Divulgação)

A revolução visual começa no exterior, mas continua na cabine. Há uma bela tela curva de 12,3” que junta quadro de instrumentos e sistema de multimídia e informações, dois carregadores sem fio no largo console central, dois porta-luvas (o superior higieniza os objetos) e poltronas muito confortáveis, bem ao gosto norte-americano. A alavanca de câmbio fica na coluna de direção, que tem ajuste elétrico de altura e profundidade. Há saídas de ar-condicionado nas três fileiras, geladeira e poderosas tomadas USB de 27 watts

Entre os pontos fortes, além do conforto garantido pela estrutura que filtra bem solavancos e pelo isolamento acústico de alto nível, está a amplitude.
• Na frente, os bancos são grandes e macios, mas o destaque é a traseira.
• Há espaço de sobra na segunda fila.
• Mas o que impressiona mesmo é a terceira, com espaço acima da média e bancos de verdade integrados ao assoalho (não os clássicos bancos rebatíveis, mas poltronas).

Com todas em uso, a capacidade de carga é sacrificada. Mas, ao rebater as extras, ganhou 91 litros, chegando a declarados 725 litros. E a porta traseira abre lateralmente, para um acesso mais amplo.

Por fim, é claro que também não faltam as tecnologias mais modernas disponíveis, desde painel digital com tela dupla curva até os mais modernos assistentes de direção. Sua condução autônoma nível 2 é muito boa, combinada a uma câmera interna que monitora o olhar do motorista – e o alerta em caso de distração.

Hyundai Santa Fe 1.6 T-GDI HEV

Preço Europa (estimado) R$ 280.000
Preço Brasil (estimado) R$ 380.000

Motores: dianteiro, a combustão, quatro cilindros em linha 1.6, 16V, injeção direta, turbo + dianteiro, elétrico síncrono com ímãs permanentes, integrado à transmissão (híbrido completo paralelo)
Combustível: gasolina e eletricidade
Potência: 180 cv (132 kW) a 5.500 rpm + 60 cv (44 kW) = 230 cv
Torque: 265 Nm de 1.500 a 4.500 rpm + 265 Nm = n/d
Câmbio: automático, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: integral
Dimensões: 4,83 m (c), 1,90 m (l), 1,77 m (a)
Entre-eixos: 2,82 m
Pneus: n/d
Porta-malas: 761 litros
Tanque: n/d Peso: 2.225 kg
0-100 km/h: 9s5
Velocidade máxima: 190 km/h
Consumo cidade: 19,9 km/l
Consumo médio (ciclo coreano): 15,5 km/l
Nota do Inmetro: n/d



Motor Show