‘Pensei que fossem minhas roupas’, diz pai de criança que caiu de prédio em AL

O pai da criança de seis anos que caiu o quarto andar do prédio em que moravam em Maceió nesta segunda-feira (23) diz que pensou serem suas roupas sendo atiradas pela janela pela mulher, e não o filho. A madrasta confessou ter jogado a criança do apartamento, de acordo com a polícia.

Nesta terça (24), ela teve a prisão em flagrante pela Polícia Civil de Alagoas convertida em preventiva. Ela responderá por tentativa de homicídio. Até a tarde desta terça, a criança permanecia hospitalizada, com quadro de saúde estável.

Segundo o pai, ao ouvir o barulho, pensou que fossem as suas roupas sendo atiradas pela janela. No apartamento, ele não encontrou a companheira, o enteado nem seu próprio filho, que estava sendo socorrido por pessoas que passavam após cair com o rosto virado para o chão.

Na versão dele, o casal havia levado a criança para passear e para brincar num parque e, já à noite, encontraram amigos e resolveram beber numa praça.

‘Pensei que fossem minhas roupas’, diz pai de criança que caiu de prédio em AL
Apartamentos do Conjunto Vale Bentes 1, no bairro Cidade Universitária, de onde caiu a criança – Foto: Ascom/ Seminfra

Por conta de uma consulta médica da criança, o homem diz que chamou a companheira para casa, mas ela quis ficar, então ele deu banho no garoto e o colocou para dormir. Após aguardar, ele viu que a companheira estava entrando em uma discussão na praça, quando resolveu intervir para levá-la para a residência.

“Eu ouvi ela dizendo: ‘Vou matar ele’, e achei que as ameaças eram a mim. Deixei ela subir sozinha para se acalmar, daí ouvi o meu enteado gritando: ‘Não, faça isso não, mãe’. Veio o barulho e pensei que fossem minhas roupas. Subi, procurei meu filho, não vi, olhei pela janela e vi aquele monte de gente perto dele. Bateu um desespero muito forte, porque ele mal conseguia falar”, conta à Folha o pai, por telefone.

No Hospital Geral do Estado, a previsão é que o garoto seja liberado nesta quarta-feira (24). A criança está comunicativa e não teve fraturas, mas a observação é mantida por segurança.

Segundo o pai, o casal está junto há mais de dois anos, entre idas e vindas. A mãe da criança faleceu por problemas ocasionados pela diabetes.

“Ela [madrasta] sempre teve uma boa relação com o meu filho, embora tivesse ciúmes porque ele é muito apegado a mim. Ele sempre me abraça e me beija, embora eu sempre tenha dito que era um amor de pai e filho, muito diferente daquele que eu tinha por ela”, diz.

O pai disse ainda também está machucado com arranhões no pescoço.

“Quando vi essa confusão entre ela e outra mulher, me aproximei. A outra mulher a ofendeu, disse que estava se insinuando para o marido dela, e aí eu fui chamar ela para ir para casa”, disse o pai do garoto. “Ela achou que eu estava defendendo a outra mulher e partiu para cima de mim. Ela quebrou umas peças da minha moto no estacionamento, mas achei que seria melhor que conversássemos sobre isso no dia seguinte”.

Ao ver o filho caído no chão, correu e se aproximou de populares, pedindo socorro.

“Eu encontrei meu filho quase inconsciente. Ele caiu com o rosto no chão, bateu a barriga. Está voltando a falar normalmente, mas reclama muito de dor. O médico nos disse que foi um milagre não ter tido um problema mais sério”, acrescenta.

O homem ainda está prestando esclarecimentos no processo.

Segundo a polícia, a madrasta ainda não tem advogado. Ao ser presa, na delegacia, ela disse à imprensa local que o homem havia ameaçado o seu filho de 14 anos, dizendo que iria matá-lo. Na versão dela, o homem chegou a socá-la antes que fosse segurado por um vizinho.

A madrasta alegou que sua atitude contra a criança de seis anos foi uma reação à ameaça a seu filho adolescente.

Fonte: Banda B