Uma pesquisa recém publicada na revista PNAS, demonstrou como uma pequena molécula, com o nome de microRNA-137 (miR-137), que ajuda a regular a hipocretina, o hormônio com um papel fundamental na regulação do sono. Comandada pela professora Birgitte Kornum, o estudo revelou que para ter um sono normal tem que ter a quantidade certa de hipocretina no cérebro e também no momento certo.
O grupo de cientistas combinou testes em camundongos, peixes-zebra e células humanas para ver como o microRNA regula os processos celulares. Isso porque as pessoas que sofrem de insônia podem ter muita hipocretina no cérebro, enquanto as que sofrem de narcolepsia têm pouco. A suspeita é que a hipocretina tenha um papel na depressão, TDAH e outros transtornos mentais.
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“Embora o miR-137 também seja encontrado em outros partes do corpo, é especialmente aumentado no cérebro”, explicou Kornum. De acordo com ela, esta é a primeira vez que um microRNA é associado à regulação do sono, sendo possível até herdar uma variante do miR-137 que coloca a pessoa com maior chance de sentir sono durante o dia.
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Além disso, a hipocretina também afeta a ordem dos estágios do sono. “Pacientes com narcolepsia que sofrem de baixos níveis de hipocretina experimentam estágios de sono confusos. Sabemos disso por testes em camundongos que demonstram que a hipocretina afeta a ordem desses estágios”, disse Anja Holm, da Universidade de Aalborg, primeira autora do estudo.
Para resolver o problema, a pesquisa indicou que é necessário mais conhecimento sobre a regulação da hipocretina.O estudo mostrou que uma das substâncias transmissoras do sistema imunológico, a IL-13, tem um efeito especial sobre a hipocretina e agora, estão engajados em descobrir o motivo.
“A maioria das pessoas sabe que quando você está doente, porque muitas vezes se sente cansado. E quando você tem febre e o sistema imunológico está trabalhando duro, muitas vezes você sofre de sono ruim. Então, sabemos que algo acontece com o nível de hipocretina quando o corpo está tentando combater uma infecção por vírus, por exemplo, e estamos tentando entender esse processo”, complementou a pesquisadora.
Fonte: O Globo
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