Prefeitura de Petrópolis, RJ, reorganiza atendimento do aluguel social e reforça equipes um mês após tragédia | Região Serrana


Um mês após a tragédia de fevereiro, o drama das famílias que precisam do aluguel social para um recomeço continua em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Dias após a tragédia, a dificuldade era para obter informações. Na sequência, moradores reclamavam da burocracia, e por fim a luta para encontrar um imóvel.

Foram semanas tentando e buscando orientações claras, até que na sexta (18), a Prefeitura divulgou que foi feita a reorganização das unidades e o direcionamento dos atendimentos em dois Centros de Referência em Assistência Social (Cras).

Neste sábado (19), as unidades da Rua Dom Pedro, no Centro, e da Rua Santo Antônio, no Alto da Serra, funcionam até às 17h. Até o início da tarde, o movimento era tranquilo em ambos os endereços.

As duas unidades serão exclusivas para o atendimento do aluguel social, e ainda segundo a Prefeitura, receberam reforço nas equipes para otimizar o atendimento do cadastramento das vítimas da chuva.

Ainda que a reorganização tenha sido feita, famílias continuam com reclamações sobre as dificuldades que enfrentam para conseguir o mínimo, um recomeço.

“A gente tá muito desorientado em vários aspectos e muito desamparados de assistência. Os proprietários dos imóveis não querem aceitar o aluguel social. Meu contrato é feito por imobiliária, mas eles não querem aceitar. Como é que eu faço? Tenho direito a receber, mas ninguém pode me dar uma solução”, explicou Sanny Miranda Alves, que perdeu a casa, a avó e a irmã, na Rua dos Ferroviários, no Alto da Serra.

Segundo ela, após o cadastro, no dia 18 de fevereiro, chegou a procura atendimento no Centro, e não conseguiu, e só soube que teria de fazer o CadÚnico através de outros moradores.

“Eu não sei o que eu vou fazer para ter direito ao benefício. Tinha de ser pago diretamente pra mim, e não para o proprietário. Quem tem que pagar sou eu. O governo geralmente atrasa os pagamentos, não sei se é o caso, mas acredito que os proprietários estejam inseguros quanto a isso”, finalizou.

O aluguel social terá o valor de R$ 1.000,00, sendo R$ 800,00 fornecidos pelo governo do Estado, e R$ 200,00 pela Prefeitura, com o pagamento estipulado para o quinto dia útil de abril. Tragédia deixou mais de 230 mortos e ainda há desaparecidos.

Segundo o Governo do Rio, 2.971 cadastros foram feitos, e de acordo com a Prefeitura, 365 contratos de locação já foram firmados. Outras 406 pessoas ainda continuam em abrigos temporários na cidade.

Em nota, a Prefeitura disse que criou uma força tarefa junto com corretores de imóveis para auxiliar as famílias e sensibilizar os proprietários; que está fornecendo ao proprietário do imóvel o contrato de garantia de pagamento do aluguel; além das isenções de IPTU e taxa de lixo e que comprou um prédio na Rua Floriano Peixoto, no Centro, para abrigar 32 famílias que estão nos pontos de abrigo.

A nota diz ainda que o imóvel está passando por limpeza e pequenos reparos e a previsão é que as primeiras famílias comecem a se mudar nos próximos dias.



Fonte: G1